Vivienne Westwood morreu nesta quinta-feira (29/12) aos 81 anos em sua casa em Londres. Considerada a rainha do punk, a estilista é uma referência na história da moda e se tornou uma das vozes mais potentes contra o aquecimento global.
Ícone pop da cultura britânica, VW foi capa de várias revistas, como a "Tatler", onde posa vestida como a primeira ministra britânica Margaret Thatcher, em 1989
Transgressora, foi condecorada pela rainha Elizabeth 2ª com a Ordem do Império Britânico, em 1992, usando um look que parecia clássico, mas sem calcinha!
Ela veste cantoras como Dua Lipa e Rita Ora. Um de seus modelos mais conhecidos é o vestido de noiva usado por Carrie Bradshaw (Sarah Jessica Parker) em “Sex and the City”...
...E o sapato altíssimo que levou Naomi Campbell ao chão no desfile do inverno 1993, quando ela começou a fase Anglomania...
...E o corset (aqui usado por Linda Evangelista em 1993), que VW "ressuscitou" em 1987, dando início à tendência da roupa "íntima" usada como roupa "de sair".
Ou Kate Moss com microssaia e busto nu chupando picolé no desfile primavera-verão 1994, na série Pirates (Piratas).
Pirates foi seu 1º desfile em 1981, já com as referências à era vitoriana e aos piratas do século 18, que a acompanharam ao longo da carreira.
Tão contestadora como admiradora de tradições, VW ressignificava símbolos bem britânicos, como o xadrez tartan e o clássico tweed da Harris Tweed (na foto, outono-inverno 1987).
A partir dos anos 2000, VW se engajou na luta contra o aquecimento global, promovendo a sustentabilidade e pedindo para as pessoas consumirem menos. Ela veio diversas vezes ao Brasil e se tornou uma grande defensora da Amazônia.
...Entre suas campanhas, a camiseta em prol da Save The Arctic, do Greenpeace, em 2015, com fotos de 60 celebridades usando a peça, expostas na estação de metrô Waterloo, em Londres.
Nascida no interior da Inglaterra, Vivienne Isabel Swire se mudou para Londres com a família em 1957. Apaixonada por arte, começou a estudar mas não se graduou.
Ela era professora em escola primária quando conheceu Malcolm McLaren com quem criou o look da banda Sex Pistols e a estética punk, que já pregava a customização de roupas com alfinetes, tachas e tiras: o DIY (Do it yourself ou faça você mesmo).
Em 1971, o casal abre a loja Let It Rock na King's Road, que ganhou outros nomes como Sex, Worlds End e Seditionaries, e está lá até hoje.
Joseph e Ben (acima), filhos do relacionamento com Malcolm McLaren (abaixo) e com Derek Westwood, de quem ela herdou o sobrenome.
Desde 1993, ela vive com o austríaco Andreas Kronthaler, que foi seu aluno, 25 anos mais novo, e com quem dividia a direção criativa de sua marca.
Olha a própria Vivienne desfilando na coleção de outono-inverno 2017/18. Ela dizia: "Eu faço moda para destruir a palavra conformismo"
Entre suas colabs, está a linha para a Melissa, desde 2008...
E a coleção com a Burberry na época de Riccardo Tisci, em 2018 (e ela e Andreas como modelos!)
Em 2016, ela lançou uma autobiografia escrita com o jornalista Ian Kelly. Em 2018, ganhou o documentário “Westwood: Punk, Icon, Activist”.
Eu tive a honra de entrevistar e encontrar Vivienne em diversos momentos ao longo da minha carreira. Inclusive, o prefácio do meu livro “Pelo Mundo da Moda: Criadores, Grifes e Modelos” é assinado por ela. #rip