Por que você deve assistir – ou desistir – da série “Emily in Paris”?

13.10.2020

Reprodução

A nova série do Netflix “Emily in Paris” tem a atriz britânica Lily Collins no papel-título

Emily in Paris” é a nova série de Netflix que está sendo comparada ao que “Sex and the City” foi na virada dos anos 1990 para 2000. Inclusive tem muitos envolvidos em comum, como a figurinista Patricia Field e o escritor e produtor Darren Star, além do desfile de “looks do dia” de grifes de luxo. Mas será que a receita dá certo?

Em vez de Nova York, o cenário é Paris e seu caro mercado de luxo. A Emily do título cai muito bem na pele da “Branca de Neve” Lily Collins, que também produz a série. Emily Cooper é do subúrbio de Chicago, nos EUA, e é promovida repentinamente para uma “missão” em Paris e, claro, se deslumbra com a cidade e toda a mítica em torno dela.

Emily se transforma numa influenciadora e adora roupas de grife, como esse casaco Chanel

Confesso que no início me identifiquei com Emily. Paris era meu sonho de adolescência e, como ela, conheci a cidade aos 22 anos, que me fascina deste então. A diferença é que parece que o salário de Emily aos 22 anos está mais para CEO da empresa do que para uma jovem assistente. Todos os looks que ela desfila pelos 10 episódios da primeira temporada não caberiam em suas malas. Muito menos no seu bolso.

Sempre montadíssima, ela só usa Dior, Chanel, Burberry, Vivienne Westwood, Off-White, Hood by Air, Christian Siriano, Christian Louboutin etc etc – sem falar na camisa estampada com a torre Eiffel escolhida a dedo para o primeiro dia no trabalho, de Alice + Olivia. Tudo isso sendo que sua carreira de influencer só vai começar em Paris mesmo, com o perfil @emilyinparis que tem quase 500 mil seguidores (alguém lembrou de Vivi Guedes de “A Dona do Pedaço”?).

A série faz várias referências à elegância, como esta em que Emily está na Opéra de Paris e lembra Audrey Hepburn

Fantasia faz parte do jogo, claro. E a cena na escadaria da Opéra de Paris é uma grande homenagem à Audrey Hepburn e sua elegância givenchyana. Mas tudo é tão estereotipado que a ironia se perde para virar um clichê previsível – clichê regado a um bom champanhe, bien sur, o que dá a ele um sabor agradável mas um pouco enjoativo. Sobra clichê para todo lado: pros franceses (estilistas, relações públicas, chefs, perfumistas…), chineses (Ashley Park, aliás, superbem como Mindy) e os próprios americanos, por quem Darren Star deixa claro sua predileção.

Mas é uma delícia passear por Paris, especialmente em tempos de Covid-19. E, como Emily, um dos meus lugares preferidos é o Palais Royal, o Grand Hotel du Palais Royal (ao lado de seu trabalho), o restaurante Le Comptoir e a própria semana de moda, claro! E mais do que tudo, passear pelas ruas da cidade!

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