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Um bate-papo e um drinque com Patricia Field

21.09.2010

Aurea Calcavecchiapat-fieldPatricia Field bateu papo, bebeu um drinque…

“Uma garota de cabelos vermelhos pode fazer qualquer coisa!” A frase é de Patricia Field, a dona das mechas cor de fogo e responsável pela febre fashionista que tomou conta da televisão com “Sex and the City” e que depois chegou às telonas com “O Diabo Veste Prada” e os 2 filmes da seqüência do seriado que conta a história das 4 amigas mais famosas de NY.

E ela pode mesmo. Tanto é que encheu um dos salões da Daslu ontem pra um bate-papo sobre moda, comportamento e um pouco de sua trajetória. Blog LP estava lá e cruzou com uma Patricia bem desencanada, dando uma volta com um drinque na mão, que parou pra falar mais um pouco com a gente. Os assuntos da noite, do começo ao fim – e por partes – você lê aqui:

. Carreira

“Eu comecei a trabalhar com moda porque era fácil pra mim. Queria ter meu próprio negócio, ser independente. Fui pra moda porque era uma coisa que eu sabia que podia dar conta, foi um meio pra um fim, pra me manter. Nunca foi aquela coisa de ‘fui tocada pelo Deus da moda!’”

. Sex and the City, a série
“Foi maravilhoso. Ver algo começando e, de repente, tomando o mundo. Todas as mulheres unidas, falando a mesma língua. Digo que é um clube exclusivo que reúne todas as mulheres do mundo e alguns – selecionados – homens. Acho que depois de SATC as mulheres começaram a se vestir pra se representar. No meio dos anos 90 era uma coisa muito ditatorial. Só um estilista dizia o que as mulheres tinham que vestir, e elas usavam aquele look inteiro dele. Com a Carrie elas começaram a ter seu estilo individual.”

. Business gerado pelo seriado
“Depois do boom da série, os acessórios ganharam força. A bolsa tal, os sapatos… As pessoas começaram a querer essa coisas e a fazer de tudo pra comprá-las.” E qual seria o sapato da Carrie agora, Patricia? “Hum, eu não sei… No primeiro filme veio a sandália gladiadora e foi um sucesso, todo mundo usou, foi o filme da gladiadora. E ela está aí até agora. Fez tanto sucesso que até me cansei dela. Também gostaria de saber… Queria que Manolo (Blahnik) fizesse um novo sapato pra virar febre. Teria que ser isso.”

Aurea Calcavecchiapat-field-sapatoO sapato da Carrie é Manolo, mas o da Patricia é Miu Miu

. Oscar
“Nunca sonhei em concorrer ao Oscar. Dizem que os vencedores são aqueles que fazem figurinos de fantasias, de época, e não os contemporâneos. Não concordo com isso, não dá pra ficar pensando assim na hora de criar. Você precisa ver um filme e se lembrar dele pelas roupas lindas que viu, é isso.”

. Tecnologia
“A tecnologia possibilitou – e aprendi isso com SATC – que a moda se tornasse mais pessoal. Não é só assistir, essa coisa voyeur. Todo mundo participa, tem seus blogs.”

. Estilo
“Você pode aprender tudo – até a ter estilo.” Pra ela não tem muito mistério, o negócio é focar. “Você precisa se dedicar, se conhecer, se olhar no espelho, ver suas fotos. É só prestar atenção. Pense nos lugares que vai, o escritório, por exemplo, como um palco. É um bom começo. Você precisa se apresentar, expressar o que você é.”

. Sarah Jessica Parker
“Conheci antes do seriado. Trabalhamos juntas em um filme e ela sempre gostou de moda. Ela e a Carrie (Bradshaw) tinham um gosto diferente pra moda, mas ela se divertia, isso abria a cabeça dela, era como um ingresso pra Disney.”

. Miranda & Cynthia Nixon
“Quando eu soube que Cynthia Nixon (que interpreta a personagem) assumiu que era lésbica, eu pensei ‘por que ela não me disse antes?’ – foi um choque. Ela é a melhor atriz de todas, mas era muito fechada. Ela dizia que eu era profissional e que confiava em mim, mas eu precisava ouvir mais dela. Começamos com um terno sério, horrível – e eu não podia colocar, do nada, um vestido lindo nela. Depois que ela se assumiu mudou, ficou mais feliz, emagreceu. Ai vi uma foto dela e pensei em como estava bonita. Isso me inspirou muito pros figurinos dela nos 2 filmes. Porque ali eu a entendi mais.”

. Compras no Brasil
Patricia já esteve muitas vezes aqui e contou pra gente que comprava muito mesmo: “Era uma loucura, o dólar era muito valorizado diante do real e eu comprava muito mesmo, era um escândalo. Gostava da r. José Paulino, mas agora me disseram que não é mais a mesma coisa, que as lojas de lá estão na Oscar Freire, é isso? De qualquer forma, agora não é mais assim – a economia – e acabou a farra – game over!”

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