O inicío do verão 2002

20.06.2001

Os primeiros calores do verão 2002 começam a ser sentidos hoje no desfile de novíssimos talentos dentro do chamado projeto Lab, que vai mostrar as minicoleções de André Camacho, Estúdio MC2 (Christiana Braconnot e Mariana Machado), Karlla Girotto, Marcos Nasci (Superonic), Mg5 (Christophe e Érika Le Roux) e Simone Nunes em uma sala montada nas quadras de tênis do Estádio do Pacaembu. Amanhã, no mesmo local, é a vez da Semana de Moda/Casa dos Criadores reunir até segunda-feira os lançamentos de 13 jovens estilistas, com exceção do veterano Ocimar Versolato – que, quem diria, acabou trocando Paris pela Semana de Moda.

Mas este fim de semana é só aperitivo para o que vem por aí. De quarta-feira, dia 27, até terça-feira, dia 3/07, será realizada a São Paulo Fashion Week, maior evento da moda brasileira, que terá 30 desfiles no Pavilhão da Bienal, no parque do Ibirapuera. Abre o primeiro dia com 5 grifes masculinas, depois vêm as coleções femininas durante 5 dias, até o encerramento do evento com os lançamentos de moda praia e uma festa da edição especial da revista americana “V” sobre o Brasil.

Caio Gobbi e V. Rom ficam de fora nesta temporada dos 2 grandes eventos. Já A Mulher do Padre preferiu apresentar uma instalação na Semana de Moda, em vez de fazer um desfile. Vinicius Campion, seu estilista, está montando cabines com camas para que a gente assista a mais um de seus trash-movies, sempre bem-vindos. Lorenzo Merlino, que desfilava autônomo até a temporada passada, volta a se enquadrar num esquema coletivo, já que a Semana de Moda, em sua 10ª edição, acontece pela 1ª vez antes da Fashion Week. Ou seja, com as novas datas, primeiro se dá vez aos jovens e depois aos estabelecidos (é assim que funciona lá fora). Dos participantes da Semana, vale a pena observar melhor Marúzia Fernandes, Giuliano Menegazzo (que deixou a Slam para lançar a grife com seu nome), Jum Nakao e o estreante Eduardo Inagaki, que trabalhou como assistente de Walter Rodrigues.

Já Ocimar Versolato tem que se a ver com uma situação delicada. Depois de ter sido o primeiro brasileiro a participar da semana de moda de Paris, hoje ele está sem norte. Por força das circunstâncias, teve que voltar a morar no Brasil e é aqui que ele precisa se estabelecer como profissional agora. Mas sua estratégia local começa em retrocesso: se ele é o criador que pretende, o que o leva a se juntar a nomes novos que até então ele desprezava? O mais grave é que, nessa história, a Semana de Moda também sai perdendo, porque foge de seu conceito original e se porta como se fosse a casa da sogra.

Lilian Pacce para O Estado de S.Paulo

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