Uma semana depois da morte do estilista Emanuel Ungaro no dia 21/12, a moda perdeu um grande ícone da fotografia. Morreu no último sábado (28/12), aos 72 anos, Antônio Guerreiro, que estava internado na Policlínica do Botafogo, no Rio, desde o início do mês devido a um câncer.
Guerreiro nasceu em Madri, Espanha, mas veio pro Brasil quando tinha apenas 5 anos. Ficou famoso nos anos 1970/80 por clicar celebridades e artistas pros principais veículos de comunicação e campanhas de publicidade da época, tendo sido correspondente em Paris da famosa revista “Manchete” – além de ter um estilo de vida bem dionisíaco.
Guerreiro, que estudou Economia no Rio mas nunca seguiu a carreira, via beleza em todo mundo e dizia que bastava encontrá-la para ter um bom clique. E ele sabia bem como fazer isso, transbordando sensualidade em suas imagens. A foto da capa e contracapa do meu livro “O Biquíni Made in Brazil” é dele.
Guerreiro fez fotos antológicas, inclusive durante o período da ditadura, quando teve sua obra censurada. Nos anos de censura, seu estúdio no Rio se tornou um espaço para performances, shows e apresentações de teatro, representando uma força de resistência contra o governo repressor.
Passaram pelas lentes do sedutor Guerreiro nomes como Gal Costa, Caetano Veloso, Elke Maravilha, Maria Bethânia, Cláudia Raia, Xuxa, Luiza Brunet, Bruna Lombardi, Sandra Bréa e Sônia Braga – ele foi casado com Sandra e com Sonia.
O fotógrafo deixa uma filha, de seu casamento com a atriz Angelita Feijó; e sua esposa, a estilista Maria Teresa Freire, com quem estava casado há 20 anos.