Jules Roger Sauer, o fundador da joalheria brasileira Amsterdam Sauer, morreu nessa quarta, 1/02, aos 95 anos, de causas naturais em sua casa no Rio. A história da marca começou em 1941, quando Jules fundou, em BH, a empresa Lapidação Amsterdam. A 1ª boutique abriria em 1956 no térreo do edifício Chopin, que fica ao lado do Copacabana Palace. Filho de pais judeus e nascido na região da Alsácia, na França, Jules vivia na Bélgica quando teve de fugir da perseguição aos judeus em 1939, alertado pelo diretor da Escola Politécnica onde estudava. Então com 18 anos, pedalou mais de 1.500 quilômetros em sua bicicleta até a Espanha, onde foi detido, sem documentos, pela polícia. Conseguiu escapar pela fresta do basculante do pequeno quarto em que estava preso e seguiu pra Portugal, onde embarcou num navio que estava rumando pra América do Sul.
Em 1963, Jules descobriu a 1ª mina brasileira de esmeraldas na região de Salininha, a leste do rio São Francisco – como especialistas alemães e ingleses não reconheciam a qualidade das pedras, ele teve que recorrer ao Gemological Institute of America. Graças a isso, hoje as esmeraldas brasileiras são reconhecidas como pedras legítimas. Jules também foi um dos grandes responsáveis por difundir a fama das pedras brasileiras pelo mundo: topázio imperial, opala do Piauí, turmalina da Paraíba… Um dos filhos de Jules, Daniel, é o diretor da Amsterdam Sauer hoje – ele também deixa uma filha, Debora, mais 7 netos e 4 bisnetos.
