Lita Mortari está peruana!

21.03.2014

Tudo começou na temporada anterior, de verão, quando a marca Lita Mortari se inspirou no Panamá. A partir daí, eles engataram um namoro com a América Latina, como a própria proprietária Eliana Penna Moreira explica. Daí pra aceitar o convite do governo peruano, há um ano, pra ir a uma feira de moda em Lima foi um pulo. E quando Eliana fala do Peru, dá pra perceber o quanto o país a empolgou: “A sensação que eu tenho é de um novo aprendizado. A América Latina é muito grande e tem muita coisa. O contato com todas essas culturas começa a abrir sua cabeça, você percebe que as coisas podem ser vistas por outros ângulos. As marcas estrangeiras estão vindo pra cá e como você vai se diferenciar? Percebi que temos condições de ser maravilhosos dentro de uma linguagem latina. E a gente tem uma modelagem, um corte pra um corpo brasileiro, entende a cliente, do que ela gosta e de como ela gosta de ser tratada, do que ela valoriza”.

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O resultado é uma coleção de outono-inverno 2014 inspirada na cultura peruana, que inclui cashmere e alpaca, a pele ecológica que eles usam (que vem de tosa, sem precisar matar o animal), estampa como a que desconstrói o Convento de Santa Clara em um mosaico, a valorização do artesanal… Mais legal ainda é a chegada de 4 marcas peruanas escolhidas a dedo pra dividirem as araras da loja com a etiqueta própria:

Meche Correa é pioneira no trabalho em presídio com a população carcerária. Ela começou esse projeto há 15 anos, sempre com artesanato em chifre e osso que viram maxipingentes, pulseiras e colares. Hoje, os presos com quem ela trabalhava já estão soltos: “Isso é muito importante, mostra que a reinserção de ex-presidiários na sociedade é possível quando se dá uma oportunidade com amor, confiança e sinceridade”. Meche também desenvolve peças em metal, xales de algodão premium e bolsas.

A Escudo também é meio marca, meio projeto social: ela trabalha com artesãos espalhados pelo Peru que desenvolvem os tecidos e bordados das peças com a criação e supervisão de Chiara Macchiavello. Ela é estilista faz mais de 7 anos, mas a coleção que está nas araras é a 1ª da Escudo. A ideia é focar em uma região peruana específica e nas técnicas artesanais que existem nela a cada temporada, pra criar algo contemporâneo e com linguagem fashion. “O nome vem de algo que nos dá identidade (como um escudo de família) e nos protege”, revela Chiara, defendendo ainda que “precisamos exportar não só a matéria-prima, o tecido premium e feito à mão, mas o design peruano em si”.

Sumy Kujon trabalha baby alpaca com seda e algodão – mas o trabalho mais bonito de sua marca homônima está na seda pura em peças à anos 60 (vestidos curtos em linha A), década que está em alta. Já a Cariluis de Grethel Gonzalez Sierra tem 18 anos (começou com seus pais) e trabalha com tear manual. Em algumas peças, ainda são incluídas outras técnicas artesanais como o capitonê. “Gostamos de valor agregado não somente no desenho mas também no trabalho, com peças com muita personalidade”, Grethel conta.

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E ainda tem os loafers, parceria da Blue Bird com a Lita Mortari, feitos com bordado de tribo indígena da selva amazônica peruana, coloridíssimos e lindos. “A ideia é continuar explorando a América Latina. Não pode existir paradigma, temos que ter uma mente aberta e ver que tudo vale. Só depende da forma como você transforma, propõe e usa o que você recebe”, completa Eliana.

Lita Mortari: (11) 3064-3021

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