A Krizia agora é da China – inclusive no design

22.09.2014

A Krizia, fundada por Mariuccia Mandelli em 1950 em Milão, foi comprada pela Shenzhen Marisfrolg, companhia chinesa, em fevereiro de 2014. A marca conheceu seu auge internacional entre os anos 80 e 90 e agora anuncia o afastamento de Mariuccia do cargo de estilista. Mas o mais interessante é quem a substitui: Zhu Chongyun, considerada uma das mulheres mais ricas da China segundo a “Forbes“, e o nome por trás da Marisfrolg.

Leia também: Gaultier vai parar de fazer prêt-à-porter

Zhu mora em Shenzhen, conhecido pólo industrial chinês. A sua marca de moda feminina Shenzhen Marisfrolg tem tido um grande crescimento (por enquanto focado na Ásia), observado de perto pela indústria. E o evento-exposiçãoKrizia now. Looking back, going forward“, que ocupou o Palazzo Litta em Milão nesse fim de semana aproveitando a movimentação da semana de moda na cidade, funcionou como uma homenagem à fundadora, um aceno de boas-vindas pra nova gestão e uma garantia de que toda a herança anterior não será esquecida. Pra reforçar, Zhu afirmou pra imprensa internacional que não deve transformar a moda da marca em uma “moda chinesa”. “Não acho que usarei um monte de elementos asiáticos. Não queremos levar o público a pensar que só porque a marca agora tem donos chineses ela vai ser mais culturalmente asiática – não é isso que quero”, reforça, completando: “A identidade da Krizia não vai mudar substancialmente, só será atualizada pra uma sensibilidade contemporânea. Queremos manter a tradição da Krizia mas obviamente teremos mais criatividade, algo mais, algo fresco”.

Saiba mais sobre a nova estilista da Hermès

O arquiteto Vincenzo de Cotiis fez uma escultura de metal que cita os plissados característicos da marca pra ficar na frente do Palazzo Litta e funcionou como uma espécie de curador informal da expô, unindo 5 revistas de moda italianas e 5 artistas pra celebrar a Krizia. Já a 1ª coleção assinada por Zhu deve ser apresentada na próxima temporada, de outono-inverno 2015/16, e é um grande passo da China pra influenciar não só a produção da indústria, como já o faz, mas também o seu coeficiente criativo. E aí, expectativas?

Tags:                        

Compartilhar