As joias da Brennheisen tem influência do litoral!

01.05.2017

Beatriz Brennheisen começou a desenvolver sua paixão pelas artes desde pequena – ela adorava desenhar, até por conta da sua introspecção. Aos 16, fez um curso de joalheria e depois, cursou faculdade de moda paralelamente com publicidade! Daí a Bia foi pra Berlim, estudou metais em esculturas e se encontrou cada vez mais na área de joalheria – que ela chama de “pequena escultura”. Há 3 anos criou a Brennheisen (que significa “ferro em brasa” em alemão, uma homenagem à sua avó) e se jogou completamente na criação por saber que o mercado é “dominado por grandes” e isso seria seu diferencial. Com influências do litoral (ela mora no Guarujá), o processo manual e a intensidade das coleções, Bia está conquistando o mercado – já fez acessórios pra 3 desfiles com a Ratier, incluindo o último outono-inverno 2017. Conversamos com ela sobre inspirações, processos e desejos pro futuro. Confira abaixo: 

Apesar de referências geométricas, algumas joias tendem à uma estética orgânica, até pela sua relação com a natureza. De onde vem as inspirações? 
Muito do que vejo acaba saindo nas esculturas. Inclusive, dedico coleções inteiras, como a “Soul & Realism”, a essas peculiaridades – como a garra do caranguejo, que sobrevive intacta após grandes ressacas. Toda essa força tem pra mim um sentido, ainda mais quando unido às gemas que também tiveram suas formações químicas. Penso muito no todo, e a estética vem no final como a cereja do bolo que levou muitas etapas na receita, de formação, de encontro, de esforço físico. Penso sempre no que eu gostaria muito de ter, de usar, e que não existe. Esse é sempre um bom princípio.

Cenas icônica dos cinemas por Karlie Kloss pra Swarovski!

E como foi a mudança de uma cidade grande pro litoral?
Mudar pro litoral foi praticamente um movimento de fluidez. A cidade já não abrigava o ambiente que eu necessitava pra criar quando voltei de Berlim. A minha infância inteira eu passava em Juquehy (litoral norte de SP), Angra dos Reis ou no Rio – meu pai se mudou há 20 anos pra lá, sempre saíamos de lancha e eu nunca saía da água. Então, minha ligação com o mar ansiava por uma continuidade, e a natureza sempre foi foco de muita observação, respeito e preservação pra mim.

Você criou os acessórios pro desfile do Ratier! Como surgiu essa proposta e qual foi a sensação?
Esse foi o terceiro desfile que fiz, os 3 pra Ratier! O primeiro foi bem interessante, me deram a liberdade de trabalhar com mix de materiais. Usei concreto, couro, cobre e ouro em peças feitas a partir de um molde que eu mesma fiz. Aprendi no Senai de Osasco, sou muito grata pelo pessoal de lá pois foi uma época de muito conhecimento! Esse último desfile foi o que eu mais gostei, emocionante desde o começo pois a sinergia é muito bela. Já tinha criado as peças da coleção “Da Deusa”, que são partes como de um Frankenstein de uma escultura minha – a “Deusa do Mar” – desmontada e recriada pra ser joia. Enquanto isso o Renato Ratier me falava da coleção e as referências batiam. Foi lindo ver como se encaixaram perfeitamente na passarela.

Que materiais costuma usar?
Tenho duas linhas que abrigam as duas vertentes que gosto de trabalhar. Uma é mais fashion, de peças maiores e ousadas – costumo usar prata, bronze e até um mix com acabamentos variados ou banhos. A outra linha é de joias únicas feitas especialmente pra cada pedido, costumo usar até a “radiestesia genética” como guia pra trazer essa individualidade pra criação. Por conta disso, acabam saindo mais no ouro ou ouro com prata, que é lindo. Já pra criar novos modelos uso todo tipo de material – o que estiver na frente, basicamente! Tenho ideias o tempo todo e, como sou exagerada, acabo fazendo outras possibilidades. Mas depois dessa liberdade toda que é criar despretensiosamente vem a parte de estudos de material. Aí entram alguns fatores vida real – tipo o dinheiro. Se é uma peça pra ouro não tem jeito de ser uma peça pra bronze, por exemplo. Uma coisa exclui a outra. São denominadores que concluí depois de algumas experiências.

Confira duas expôs no Grand Palais com joias da Cartier

Se pudesse fazer uma colaboração com alguém ou alguma marca, quem seria? Por quê? 
Sempre amei trabalhar com artistas, principalmente da música. Gosto de ver pessoas de personalidade forte usando minhas joias. Logo após o desfile da Ratier, levei as peças pra uma reunião com a stylist superafiada Yasmine Sterea – ela amou tudo e já fechamos novos projetos. Como sou obsessiva com minha proposta, também estou lançando a coleção-cápsula de vestidos “flow in”, desenhados pra serem usados com as joias, pela artista russa-búlgara Veronika Vapirova. Feitos de tecidos naturais, com design minimalista e fluído, eles são criados pra mulheres que se amam e querem aliar a beleza ao conforto, assim como a ousadia, que não pode deixar de integrar meus projetos.

E os planos pro futuro? 
Agora estou pensando em levar minhas criações pra novos lugares! Acabei de voltar de uma temporada em Tulum, onde tive bastante abertura, então quero apresentar a marca pra pessoas interessantes e estabelecê-la. Além das joias da coleção e as feitas sob medida, também estou com uma linha de pulseiras tattoo, que dão esse look de forma removível e num preço superacessível, sempre com novos desenhos lançados. Ela tem tido bastante procura!

Brennheisen: (11) 98103-0016

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