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Gay Talese
“O mundo está preocupado em preservar a terra, tornar isso ou aquilo mais ecológico, salvar os pássaros e todas essas questões… Estou mesmo preocupado é com os alfaiates. A espécie do alfaiate está ameaçada pelo mundo exterior”, diz Gay Talese, um dos mais aguardados nomes da 7ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), que começa nesta quarta (24/6). Jornalista e escritor americano, Talese é um dos fundadores do estilo que mistura a narrativa de ficção com a reportagem, conhecido como “novo jornalismo“. São dele, inclusive, alguns clássicos do gênero como “A Mulher do Próximo” (2002) e “O Reino e o Poder” (2000). Em entrevista publicada recentemente pelo site Men.Style, Talese mostra que as letras não são sua única paixão: “Gasto muito dinheiro em roupas. Até quando era um jovem repórter e ganhava pouco, eu não colocava meu dinheiro em clubes de golfe ou tentando comprar coisas – gastava em ternos. E estou sempre bem vestido para a história que vou cobrir, seja um jogo de beisebol, seja uma greve trabalhista… Não me visto pras pessoas, eu me visto para a reportagem”.
Talese, que atuou no “New York Times“, na “Esquire” e em outras grandes publicações, mostra em vídeo (em inglês) sua recheada coleção de ternos, muitos deles customizados sob sua orientação – uma calça preta ganha uma faixa de veludo na lateral, um costume tem a casa dos botões rebordadas em cores contrastantes… “O tweed deste terno Pierre Cardin é muito bonito, mas eu queria dar um toque de distinção nele”, fala Talese sobre uma das peças, que são lembradas uma a uma por ele, com ano e local da compra. Na Flip, o escritor participa da mesa literária “Fama e Anonimato“, que é também o título de um dos seus livros mais vendidos, com textos sobre celebridades e desconhecidos de NY. É nesse livro que está um de seus textos mais primorosos, “Frank Sinatra está resfriado”, um perfil do cantor de olhos azuis.
