De olho nas joias dele: Fernando Jorge

04.02.2014

O International Fashion Showcase, que rola em Londres entre 10 e 18/02, apresenta jovens talentos estrangeiros na cidade. Na embaixada brasileira, entre os nomes do país que participam, a gente vê Barbara Casasola e Lucas Nascimento (da temporada londrina), a Clube Bossa de Guilherme Vieira e Vitorino Campos como convidados e… Fernando Jorge, o único entre eles especializado em acessórios. O joalheiro que atualmente mora em Londres já chama a atenção há algum tempo com seu trabalho. Com 34 anos, nasceu em Campinas e estudou Design de Produto no Mackenzie em SP. Formou-se em 2003, fez mestrado em 2008 em Design de Joias na Central St Martins e desde então suas peças já apareceram na “Vogue”, “Elle” e “Harper’s Bazaar” inglesas, publicações brasileiras e outras pelo resto do mundo.

Com peças que privilegiam formas orgânicas, Fernando tem pontos de venda em Londres, Paris e NY. Abaixo, você confere a entrevista que a gente fez com ele!

Quando apareceu a vontade de fazer joia?
Sempre gostei de desenhar desde pequeno e por isso escolhi design como profissão. Durante o curso no Mackenzie eu não tinha uma vontade específica, mas queria algo que fosse mais artesanal do que técnico. Minha 1ª experiência profissional foi na equipe de criação de uma indústria de joias, onde eu fazia desenhos detalhados das peças antes de irem pra modelagem. Não demorou muito até me ver completamente envolvido no mundo das joias. O processo do desenho até a peça final é fascinante, isso sem falar dos metais preciosos e pedras. Não olhei mais pra trás.

Em quais joalherias você trabalhou antes de ter sua marca própria?
A 1ª indústria que trabalhei se chama Danielle Metais, depois fui pra Carla Amorim e fiquei lá de 2005 até 2008, quando vim pra Londres. Ambas as experiências foram muito importantes. Na Danielle aprendi tudo sobre o processo de produção e na Carla Amorim existe uma harmonia perfeita entre paixão e profissionalismo.

Quando você foi fazer o mestrado em Londres, já era sua ideia ficar por aí?
Na verdade não. Já estava trabalhando há algum tempo e senti falta de voltar a estudar e aprofundar meus conhecimentos em joalheria. O mestrado foi uma trajetória muito pessoal e acabou resultando na minha 1ª coleção. As decisões a partir disso vieram naturalmente.

O que tem nas suas joias que não tem nas outras?
Procuro combinar minha experiência brasileira de fazer peças atraentes, desejáveis, feitas pra mulheres se sentirem mais bonitas sem perder o foco na técnica, nas referências históricas, na origem dos materiais, coisas que o mercado internacional exigiu desde o começo. E num trabalho pessoal acho que as influências mais fortes são as experiências pessoais. Com certeza minha origem brasileira me acompanha onde eu for e em tudo o que eu fizer.

Quais são suas inspirações e referências?
Minha disciplina é a joalheria, portanto minhas inspirações sempre surgem dessa tradição, seja de alguma técnica ou de algum material. A partir disso sigo de forma instintiva, deixando outras vontades conduzirem o caminho. Os grandes nomes da joalheria são todos relevantes pro que eu faço, tanto do passado como do presente. Fora isso também sigo o trabalho de designers independentes, mas busco minhas próprias referências e interpretações. Procuro trabalhar como se estivesse continuando uma história que sempre acompanhou a humanidade desde as 1ªs civilizações.

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