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O império futurista de Pierre Cardin

06.04.2010

Você conhece Pietro Cardin muito mais do que imagina. É que Pierre – o nome que ele adotou quando mudou da Itália pra França – emprestou seu nome pra cerca de 800 produtos licenciados durante sua carreira, que já completa 60 anos em 2010. As chances de você já ter comprado alguns deles, desde uma gravata até mesas, cortinas, comida e cigarros, é enorme.

Mas apesar da banalização do próprio nome, desde que fundou sua marca própria em 1950 Pierre Cardin é um dos grandes nomes da moda. Suas criações são facilmente reconhecidas pelo jeitão futurista, com formas geométricas remodelando o corpo feminino. Tudo começou em 1945, quando ele se estabeleceu em Paris e trabalhou pra Jeanne Paquin e Elsa Schiaparelli. Foi lá que conheceu Jean Cocteau – e assim fez o figurino do filme clássico “A Bela e a Fera“. Ele ainda passou pela Maison Dior e ajudou a produzir o “New Look” de 1947.

Apaixonado pelo mundo das artes, Pierre desenhou máscaras e figurinos pra teatro e em 1954 criou o vestido bolha, que virou sucesso mundial. Foi também o ano de abertura de sua 1ª loja, a “Eve”, logo seguida pela “Adam”, de moda masculina. Gerou polêmica em 1959 ao criar uma coleção de prêt-à-porter feminino para a Printemps e virou persona non grata da alta-costura, expulso da “Chambre Syndicale de la Couture Parisienne” por ter se popularizado – onde foi readmitido tempos depois.

Suas roupas eram a cara dos anos 60, e em 1964 a coleção “Cosmos” trouxe a idéia de moda unissex com túnicas que podiam ser usadas por homens e mulheres. A partir daí, foram mil e uma formas de expansão da marca, principalmente em viagens ao redor do mundo englobando Japão e a China – onde passou a produzir suas criações, adiantando o movimento da indústria da moda em relação ao país comunista. Pierre Cardin virou uma máquina de lucro, crescendo em proporções gigantescas e garantindo seu lugar entre os empresários mais ricos da França.

O império Cardin é formado pela marca – o extenso número de lincenciamentos abriu portas pros nomes de estilistas em diversos produtos que vemos hoje – além de inúmeras propriedades, como o palácio de Casanova em Veneza, o castelo do Marquês de Sade e a cadeia de restaurantes e hotéis Maxim’s. Esses são os lugares que recebem festivais e peças de teatro patrocinados por ele – parece ser essa a forma que estilista encontrou de aproveitar o fim de sua vida, aos 87 anos.

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