Charles James será relançada

07.05.2014

Harvey Weinsten é o magnata de Hollywood, co-fundador da Miramax e dono da The Weinstein Company, a produtora mais bombada dos dias de hoje. Casado com Georgina Chapman, ele ajudou a hypar a marca dela, Marchesa, nos tapetes vermelhos do cinema e estava no time que tentou retivar a Halston. E o negócio deve ser lucrativo, afinal o mesmo Harvey acaba de anunciar o relançamento da marca Charles James, na carona do revival por conta da exposição do Costume Institute, no novo Anna Wintour Costume Center do Met.

Vale lembrar: Charles James (1906-1978) nasceu em Berkshire, filho de um inglês e uma americana, herdeira de uma família rica de Chicago. Ele começou com um ateliê na Londres, aberto com a ajuda do amigo Cecil Beaton, mas mudou pros EUA nos anos 20 pra ficar mais perto da família influente e fazer o negócio crescer. Lá, começou a fazer chapéus usando o nome Charles Boucheron, depois de ser proibido pelo pai de usar o nome da família pra uma profissão que ele desaprovava.

Veja imagens do tapete vermelho à Charles James do baile do Met

Nos anos 30, já usando seu nome de novo, Charles crescia como estilista, apesar do temperamento difícil e arrogante. Se autodefinia como um arquiteto da alfaiataria – e era mesmo: Dior o chamou de maior talento de sua geração e Cristóbal Balenciaga disse que James era o único estilista que levou a moda de uma arte aplicada pra sua forma pura. Diz a lenda que o enfant terrible de seu tempo trancava seus funcionários no ateliê durante a madrugada quando achava que eles não estavam trabalhando o suficiente. A seu modo, conquistou uma clientela de mulheres poderosas, que pagavam fortunas por suas roupas, especialmente os vestidos de baile, que nos anos 50 chegavam a custar o que hoje equivaleria a US$ 10.000. Entre elas, as socialities Mona Bismarck, a senhora Cornelius Vanderbilt Whitney, Babe Paley e Millicent Rogers, herdeira da Standard Oil, cujos vestidos depois foram doados pro Brooklyn Museum, que fez a primeira grande exposição do trabalho de James nos anos 80.

Se depender de Weinsten, todo esse glamour – a prévia do que seria isso nos dias de hoje você vê na galeria do baile do Met – será transportado pros anos 2010 com a ajuda de sua mulher – que vai atuar como consultora criativa – e do irmão dela, Edward, CEO da Marchesa, que não por acaso é uma etiqueta especializada em vestidões dignos das princesas do showbiz. Harvey negocia com os filhos de Charles James, Charles Jr. e Louise, um contrato de licenciamento com opção de compra da companhia. Fala-se na criação de uma marca de alta-costura com perfume e tudo. No anúncio oficial, Harvey diz: “Charles James foi um dos mais incríveis estilistas da história da moda e sua marca merece estar no mesmo patamar de Chanel, Dior e Oscar de la Renta”, e diz que planeja levar a exposição pra outras cidades.

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