De caso com… um vestido de noiva sustentável

27.09.2016

Pra quem se preocupa em começar a vida conjugal com sustentabilidade, o vestido de casamento pode ser o início de tudo! Aliás, se tem algo que as noivas tradicionais não costumam ser é sustentáveis: gasta-se muito na festa. Quanto mais exclusivo e, não raro, luxuoso, melhor! E se a preservação das finanças sai do controle, imagine a do meio ambiente!

Foi justamente com foco na moda mais sustentável que a estilista mineira Iáskara Isadora desenvolveu uma coleção de vestidos de noiva eco-friendly, confeccionados com sacos de cimento! O que parece rústico, sujo e impensável no corpo da noiva vira renda em trama de flores, raízes e formas geométricas nas mãos da jovem criadora, de 28 anos.

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Depois de processado, o papel do saco se transforma em uma pasta, feito um confeito de bolo, que então é desenhada manualmente por Iáskara. A matéria-prima inclui ainda fibra de taquaruçu (tipo de bambu) e de bananeira pra auxiliar na resistência. A renda é aplicada sobre uma base de tule e ainda pode levar bordados feitos com sementes. O tingimento, claro, é natural, extraído de minerais ou vegetais. E a transparência, não se assuste, existe apenas nas peças mais conceituais feitas especialmente pra editorial; os vestidos à venda levam um forro de cetim ou crepe.

O look não é para qualquer noiva. Exige atitude, personalidade marcante e ligação com o tema da sustentabilidade, que se aplica tanto à ecologia quanto às relações interpessoais, à economia, às finanças e, claro, ao casório! “Ainda não tive noiva de papel”, conta Iáskara, mas ela revela que já teve uma cliente que subiu no altar em look sustentável: uma sogra, a mãe do noivo! E ela gostou tanto que vai encomendar um modelo diferente pro casamento de outro filho!

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A inspiração da técnica da renda de papel veio do belo trabalho do artista plástico capixaba Hilal Sami Hilal, que a estilista conheceu quando pesquisava sustentabilidade pro seu trabalho de conclusão do curso (TCC) de design de moda na Universidade Federal de Minas Gerais. Ela acabou criando uma coleção totalmente experimental, mas que deu certo. Investiu numa linha comercial e, no ano passado, lançou a coleção de modelos sustentáveis pra noivas e festas em geral.

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A manutenção da roupa, claro, é diferenciada. Ainda não pode ser lavada, mas não desmancha fácil se cair água. Onde suja, dá para limpar e até passar o ferro – papel também amassa! E por que a escolha do saco de cimento? “É pouco reutilizado e bem resistente”, ela explica. Iáskara obtém a matéria-prima pelos canteiros de obra da cidade. O restante ela também garimpa in loco, na natureza, como as sementes usadas nos bordados e os pigmentos extraídos de casca de jabuticaba (dá um lilazinho ou rosa lindo), açafrão, folha de manga, eucalipto, flor de hibisco… Já a charmosa voilette (véu que cobre o rosto, parte dele ou apenas um detalhe de véu envolvendo uma pequena parte da cabeça) está disponível na cozinha: é aquele saco de alho, uma telinha roxa, ou a branca que envolve o pernil.

A produção das peças, megatrabalhosa, leva de 5 a 6 meses, e os preços são a partir de R$ 3 mil. Quer ser a 1ª a usar um? Corre no site dela!

Bell Kranz, do blog “Casar, Descasar, Recasar”, infohunter do site Lilian Pacce

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