Croquis e desenhos de YSL viram caso de polícia

08.10.2012

Depois do leilão do século, o nome de Yves Saint Laurent volta à tona num processo milionário envolvendo uma coleção inédita de obras assinadas por ele. A história é confusa e começa com o material em jogo: 400 artigos entre croquis, retratos, páginas de um diário, um desenho de Andy Warhol, fotos pessoais e 100 desenhos eróticos feitos por ele, de 1952 até o começo dos anos 90. De alguma forma isso tudo foi parar nas mãos de um empresário europeu especializado em artigos de luxo que prefere se manter no anonimato e é representado pelo suíço Ludwig Geiger. Este último levanta a possibilidade da venda do material, segundo ele cotado em 12 milhões de euros, ou uma exposição ainda sem lugar definido.

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Por outro lado, a agência de investimentos suíça Zupp Finance tenta vender uma coleção com as mesmas características, afirmando num documento de autenticidade que nada tem origem criminal, por 6.8 milhões de euros. É uma diferença enorme de cotações, mas a origem do material parece ser a mesma. Os vendedores em potencial – o Zupp e o empresário europeu, que Geiger afirma não terem nenhuma ligação – dizem que tudo foi dado como presente pra Fabrice Thomas, que foi motorista do estilista e chegou a ter um caso com ele de 1990 a 1992. Depois do fim do affair ele teria se envolvido com o empresário misterioso, que ajudou o ex-motorista a retomar sua vida, daí Fabrice ter oferecido metade do material como agradecimento, e vendido a outra metade pro seu benfeitor. Essa história também está em jogo, com direitos pra uma biografia em posse do europeu.

Pierre Bergé afirma que a coleção foi roubada do apartamento onde o casal vivia em Paris e procurando pelo “WWD” ressaltou que “Seria impossível Yves dar 300 croquis a alguém. Talvez 1 ou 2, mas 300? Com certeza não. O ponto é, isto foi roubado”. Um inquérito foi aberto, mas nenhuma das partes dá detalhes sobre o caso. Geiger mantém a versão de um presente dado ao ex-amante e declarou ao jornal americano que Bergé “sabe que esse roubo não é verdade”. O advogado do parceiro de YSL, Alain Coblence, conta que Bergé foi abordado muitas vezes pra comprar o material: “A linha tênue entre extorsão e comércio será decidida pelo sistema judiciário”.

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Quem também entrou em jogo foi Patricia Fost, especialista internacional em moda da Christie’s. Ao ouvir sobre o caso ela lembrou a imprensa que nos últimos 10 anos ofereceram a coleção pra casa de leilões 2 vezes e as propostas foram recusadas, muito por conta dos desenhos eróticos que poderiam ser um problema pra alguns países onde a empresa atua. Esses mesmos desenhos são apontados pelo “WWD” como alvo de um livro a ser publicado pela Bazar Edition entre 2013 e 2014. Trama de novela, porque a história é grande até pra um longa-metragem! Aqui na galeria, alguns dos desenhos aos quais o periódico teve acesso, pra deixar todo mundo ainda mais intrigado…

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