Bárbara Lagel e sua nova marca Club du Hôtel

25.04.2016

Club du Hôtel é a marca de biquínis e maiôs da designer Bárbara Lagel, que iniciou sua produção depois de descobrir a Praia Vermelha em uma viagem pra Santa Catarina! Veja abaixo a entrevista que fizemos com ela sobre a marca e sua nova coleção, com estampas inspiradas em Bali.

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É recente seu trabalho em design?
Já trabalho como designer há algum tempo. Comecei com 16 anos, quando era estagiária de um programa de calouros no London College Of Fashion, e desde então nunca parei. Trabalhei em fábrica, em escritório de identidade visual, em estúdio elaborando embalagens, com mídia fazendo sites, em ateliê tratando imagem e até com cenografia para eventos. Mas, na realidade, sempre busquei um trabalho autoral e que fizesse sentido pra mim, que me tocasse fundo e que de alguma forma estivesse presente na minha história pessoal. O design é uma profissão que te dá tanta oportunidade de explorar o mercado que às vezes eu ficava um pouco perdida em relação a restringir tudo e escolher uma atividade específica.

Quais as descobertas que você fez na Praia Vermelha que te fizeram criar a marca?
Estava na Praia Vermelha justamente pensando sobre isso, sobre o desejo de ter um trabalho autoral, e tentando escolher que caminho seguiria, já que estava muito claro que nada do que tinha feito antes me satisfazia profissionalmente. Nesse instante me dei conta que estava no lugar que mais amo no mundo desde pequena: a praia. Fui nascida e criada no meio da praia, em uma família carioca que só tem surfista. Foi nesse momento que enxerguei que nada faria mais sentido pra mim além de criar a indumentária do meu lugar preferido, o mar.

É um sonho que você tem faz tempo?
Não! Minha paixão pela praia e pela moda é antiga, vem de berço, mas a ideia de criar a marca tem pouco mais de um ano.

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Por que sua marca é diferente das outras?
Acredito que todas as marcas que envolvem criação de verdade em suas coleções são diferentes umas das outras. Vai um pouco do estilista, da personalidade e até das referências utilizadas como norte. Crio minhas modelagens, faço minhas estampas, desenho meus croquis e, claro, meu olhar particular está em todas etapas, até o produto final. Faço desde a compra do tecido até a direção de arte da campanha. Então, talvez, o meu diferencial, por ser uma microempresa ainda, seja acompanhar todo o desenvolvimento da coleção e assim garantir um controle de qualidade.

Você usa algum material ou técnica inovadora?
Procuro usar o Fluity CO2 em todas as minhas peças que não são de neoprene. Ele é um tecido novo no mercado que agride menos o meio-ambiente e é biodegradável. Utilizo corte à laser nas peças em neoprene, pra um melhor acabamento. Fora isso, minhas modelagens são feitas em moulage, pois gosto de enxergar 1º tridimensionalmente o que eu proponho no papel pra depois partir pro modelo industrial da modelagem plana. Minhas sacolas de embalagem são feitas, também, com TNT, os restos do resíduo têxtil. Procuro me manter o mais sustentável possível.

Você sente que existe uma peça principal na marca?
Quando criei a marca fiz algumas peças convencionais, pois achei que seria o que ia vender. Lacinho, cortininha, bustiê reto, cor neutra, essas coisas… Tive uma bela surpresa em ver que meu público só compra as minhas peças mais diferentes, como hot pants, transparência, peças com cores vibrantes, com mix de estampas, artigos de cara vintage como a calcinha asa delta e peças sensuais como o maiô decotado na lateral dos seios. É isso que vendo. As club girls são ousadas! Amém!

Quais marcas te inspiram?
São muitas, todas muito diferentes umas das outras, e minhas inspirações mudam a toda hora. Amo toda a curadoria da Urban Outffiters. Tô num momento “muito apaixonada” por uma marca de street de NY chamada Haculla. Quanto à moda praia em si, adoro e me inspiro na Mamadoux, que é uma marca pequena e supermoderna da Califórnia.

Quem você gostaria de ver usando sua marca?
Pessoas joviais, independentemente de gênero, cor, idade ou classe social. Pessoas com a alma leve e a cabeça aberta. Quero distância do público conservador, careta e elitista.

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Como Bali te inspirou pra fazer as estampas desta coleção?
A atmosfera daquele lugar é algo mágico. Acho que só quem foi pra lá consegue entender o que se sente na ilha. O sabor da comida, as crenças do povo hindu, o cheiro dos lugares, as oferendas, os frutos, os insetos, o som dos cantos e instrumentos, as paisagens, a relação que eles têm com a natureza, os rostos exóticos, os corais, a fauna, a flora e como tudo parece estar sempre conectado por ali… O povo balinês de raiz é a gente mais espirituosa que já conheci. Tudo isso transformei em sinestesia visual atribuindo cor, forma e padrão.

Você tem planos futuros pra marca?
Espero que a marca cresça. Que eu possa aumentar meus pontos de venda e até minha linha de produtos. Talvez um dia ter lojas e abrir franquias, quem sabe?

Gostou? Você pode encontrar a Club du Hôtel à venda na loja carioca Svetlana: (21) 2422-2045 e no próprio site! E na galeria, que você acessa clicando na foto acima, dá pra ver mais da coleção!

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