“Balenciaga sugou tudo de mim”, revela Nicolas Ghesquière

30.04.2013

É a 1ª vez que Nicolas Ghesquière abre o jogo em relação à sua partida da Balenciaga em novembro do ano passado. E ele abre o jogo mesmo: “Não havia uma direção, realmente. Acho que com Karl [na Chanel] e Miuccia [Prada], você pode sentir que é o pessoal criativo que tem o poder. Foi nesse meio tempo que ouvi gente dizendo ‘Seu estilo é tão Balenciaga agora, não é mais Nicolas Ghesquière’. Ficou tudo tão desumanizado. Comecei a sentir como se estivesse sendo sugado até ficar seco, como se eles quisessem roubar minha identidade enquanto tentavam homogeneizar as coisas. Não era mais satisfatório, simplesmente”.

Marie-Amélie dá dicas sobre os próximos passos de Ghesquière

Como se não bastasse essa insatisfação na parte criativa, ele também apontou que uma falta de apoio do lado business da coisa. O que circula extraoficialmente é que Nicolas inclusive teria ficado bastante irritado com todo o apoio e liberdade que Hedi Slimane ganhou na PPR assim que entrou na Yves Saint Laurent, sendo que ele, com 15 anos no grupo, fazia vários pedidos que não eram atendidos. Nicolas diz: “Tive um estúdio maravilhoso e um time de estilo que era próximo a mim, mas a coisa começou a virar uma burocracia e gradualmente foi virando mais corporativa – até que nada mais era ligado à moda. No fim, a impressão é que eles só queriam ser como qualquer outra maison”.

Fotos da primeira coleção da Balenciaga por Alexander Wang

Ainda não existe uma definição de próximos passos, ou pelo menos ele não fala sobre isso. A única coisa que ele confirma é que ele está se “regenerando” e que “é muito empolgante porque é um sentimento que não tenho desde os meus vinte anos!” O motivo pelo qual ele deu essa entrevista tão esclarecedora pra uma revista que está começando, a “System“, pode ser explicado com a editora-convidada dessa 1ª edição: Marie-Amélie Sauvé, superamiga e parceira profissional de Nicolas. Ah, sim!

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