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Arianne Phillips sobre Madonna: “Sem música, sem roupas”

08.10.2011

Arianne Phillips não é estilista, não analisa situações nem perfis de consumo, mas entende de cultura popular assim como os outros convidados da 5ª edição do Pense Moda. A stylist e figurinista começou dividindo um apartamento com o até então desconhecido Lenny Kravitz, que montava looks com roupas roubadas do armário do pai, sempre tentando recriar os figurinos dos Jackson 5, de quem a dupla é fã. Hoje ela é responsável pelas roupas de um dos maiores nomes do mundo popMadonna. Como elas se conheceram? A história é engraçada: “Fui fazer o figurino de ‘O Povo Contra Larry Flynt‘ e estava superanimada pra trabalhar com todos aqueles profissionais. Até me contarem que Courtney Love estava no elenco! Eu a conhecia da época da escola e, devo dizer, tinha medo dela. Pensei ‘agora já era’. Mas a verdade é que ficamos amigas e virei stylist de Courtney. Quando ela foi convidada pra capa da ‘Rolling Stone‘ ao lado de Tinta Turner e Madonna, em 1997, me indicou pra Madonna sem que eu mesma soubesse e ela gostou do que viu. Terminei trabalhando com Madge e isso foi o fim da minha amizade com Courtney”.

Desde então ela convive com o ícone e, ao ser perguntada, respondeu que Madonna gosta de usar roupas boas, mas não é uma pessoa ligada à moda. Não fora do palco, porque quando o assunto são os figurinos, a cantora tem o cuidado de guardá-los num arquivo que mantém há 10 anos. Entre as peças, estão alguns dos chapéus de caubói que ela começou a usar e que Arianne odeia: “Fizemos um clipe e pensei ‘ok, combinou com a música’, mas aí ela não tirava mais o chapéu! Continuou com ele na capa do disco ‘Music‘ e até hoje, quando você vai a um show, em algum momento ela põe aquele chapéu horroroso! É uma discussão diária”.

Silvana Garzaro/DivulgaçãoArianne Phillips no Pense Moda 2011

Foi com Madonna o último trabalho de Arianne no cinema: ela fez o figurino de W.E.“, que conta a história do duque e da duquesa de Windsor em paralelo com uma história de amor que se passa nos anos 90. O longa foi vaiado no Festival de Veneza e ainda não tem previsão de chegada por aqui. Sobre o disco novo da diva ela avisa que ainda não ouviu nada: “Sem músicas, sem roupas. Eu sempre começo ouvindo música”. Antes de virar figura conhecida na indústria cinematográfica, ela já descartou o roteiro de “Cães de Aluguel“, de Quentin Tarantino – “Eu não tinha muita experiência pra ler roteiros e pensei que aquilo era um lixo: ‘por que eles estão falando de Madonna?’. Isso foi antes de eu conhecê-la. Obviamente eu me arrependo até hoje” -, foi indicada ao Oscar por “Johnny & June” e trabalhou ao lado de Tom Ford em “Direito de Amar“. Ela falou ao público do evento sobre a grande diferença entre um filme de época e um contemporâneo, e sobre trabalhar com um estilista na direção: “Fazer um figurino contemporâneo é pior, porque todos têm uma opinião sobre aquilo, todo mundo quer se meter. Quando é algo de época eles pensam ‘ah, ela sabe o que está fazendo, vamos deixá-la trabalhar’. A grande diferença de trabalhar com Tom e até com Madonna num longa-metragem é que eles sabem a importância das roupas dentro daquele contexto. Saben falar sobre os tecidos e modelagens. Em “Direito de Amar” eu tive acesso à fábrica de Tom Ford na Itália e confeccionamos as roupas com uma pessoa da equipe que se certificava a respeito das modelagens dos ternos anos 60, o que foi um luxo“.

E falando em luxo… O Pense Moda também recebeu Charles Cosac e Gloria Kalil pra uma conversa sobre “Glamour“, de Diana Vreeland, o livro que a editora dele, Cosac Naify, lança em novembro deste ano. Quer saber mais sobre ele? Vem aqui na Fashionteca ler o texto da Lilian!

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