Mulheres maduras que querem se vestir de maneira sensual – há algum tempo, isso era um tabu. Mas surpreendentemente é esse o público-alvo da Altuzarra segundo Joseph Altuzarra, o dono e estilista da marca que desfila na Semana de Moda de NY e é uma das queridinhas dos fashionistas atualmente. Ele está em SP a convite da M.A.C, que assina a beleza de seus desfiles, e participou de palestra pra alunos da FAAP ao lado de Gordon Espinet, vice-presidente da M.A.C americana.
O estilista tirou férias, visitou o Rio e chegou em SP anteontem. Deve ter algumas reuniões e vai embora amanhã. Impossível não adorar Joseph – todo mundo saiu apaixonado pelo jeito fofo e humilde dele. Ao mesmo tempo, ele parece ter uma ideia muito coerente e forte do que quer. Além dessa oportunidade de mercado que ele identificou enquanto ainda estava trabalhando na Givenchy com Riccardo Tisci, de uma marca de luxo pra mulher mais madura que deseja uma imagem mais sexy, o criador afirma que existem duas recorrências em suas coleções. Uma é se inspirar em narrativa e não em algo estático: sempre é uma história, seja um livro, filme ou música. A outra é a mistura do feminino e masculino – sendo que esse diálogo de gêneros não é levado em consideração só nos elementos do vestuário em si, mas nos papéis sexuais e na disputa de poder entre eles.
Altuzarra cita Tom Ford como principal referência no mundo da moda, mas também cita japoneses, como Junya Watanabe, Comme des Garçons e Yohji Yamamoto, e belgas como Maison Martin Margiela e Ann Demeulemeester. E dá a dica pra quem está começando: “A coisa mais difícil é descobrir qual é a sua voz própria no início da carreira. E pra um jovem estilista, é bom correr riscos e cometer erros, porque depois não vai dar mais pra fazer isso”.
