A moda acaba de perder um dos grandes ícones do século 20: o estilista Yves Saint Laurent, que nasceu na Algéria e se consagrou em Paris, onde morreu domingo à noite. Ele tinha setenta e um anos, sofria de depressão e problemas respiratórios, e câncer no cérebro foi a causa mortis divulgada. Estava ao lado do eterno companheiro Pierre Bergé e da musa Betty Catroux. Saint Laurent foi gênio precoce. Começou como assistente de Christian Dior, e acabou assumindo a direção artística da maison aos vinte e um anos após a morte prematura de seu mestre. Sempre ao lado de Bergé, em mil novecentos e sessenta e um ele abriu sua própria maison, conquistando clientes e imprensa com seu jeito tímido. Devemos muito a Saint Laurent: ele proporcionou à mulher o direito de ser elegante vestindo um terninho, fez do smoking masculino roupa de festa feminina, e entendeu como poucos o espírito de liberdade que o feminismo soprou nos anos sessenta. Ele aproximou moda e arte, moda e cinema e moda e juventude, sendo o primeiro a avalizar o prêt-à-porter ao abrir sua loja Rive Gauche à margem esquerda do rio Sena em Paris – símbolo dos eventos de maio de sessenta e oito. Em dois mil e dois ele se despediu da moda com desfile-retrospectiva de seus quarenta anos de carreira. A marca Saint Laurent pertence hoje ao grupo PPR, da Gucci.
