A publicitária Sofia Oliveira trocou de profissão e resolveu de dedicar plenamente à produção de cerâmicas feitas à mão. Hoje concentra a produção da sua Olive Cerâmica em um ateliê na Vila Madalena, em São Paulo, e dá cursos pra quem está interessado em curtir um pouquinho esse trabalho manual. A gente conversou com Sofia pra saber mais sobre o trabalho dela – confira:
Como você descobriu a cerâmica?
Foi meio sem querer. Trabalhava com publicidade, estava muito infeliz e não conseguia me imaginar fazendo aquilo pro resto da vida. Foi quando decidi largar tudo e tentar descobrir o que me agradava. Mantive alguns frilas e comecei a fazer um curso de jardinagem, foi tudo muito legal mas eu sentia que ainda não era isso. E quando comecei a pensar em montar uma floricultura, veio a ideia de oferecer vasos junto às plantas! Já tinha interesse em fazer cerâmica e pensei que seria o momento ideal pra conhecer mais. Logo nas 1ªs aulas já me apaixonei! Um pouco depois fui de férias pra França, fiz mais alguns cursos e vi que era isso mesmo que queria fazer.
E logo deu certo?
Até então ainda tinha medo de me lançar, mas quando comecei a fazer feirinhas vi que as pessoas estavam se empolgando com o que eu estava fazendo e tive certeza que queria investir de verdade nisso. Depois de um tempo resolvi voltar pra França pra uma formação em torno elétrico, numa das escolas que tinha conhecido anteriormente, e na volta ao Brasil montei meu ateliê. A partir desse momento comecei a me dedicar 100% à cerâmica.
Você tem a impressão de que a cerâmica voltou à cena?
Antes de trabalhar com isso não prestava tanta atenção, mas desde que comecei, em 2014, até hoje vejo uma diferença enorme na quantidade de novos ceramistas, especialmente os jovens. É um retorno muito grande não só da cerâmica mas de tudo que é artesanal. A impressão que tenho é de que as pessoas andam se interessando mais no processo de fabricação do que elas compram, no consumo consciente, no apoio ao pequeno produtor. Desde que comecei a trabalhar em feiras isso ficou bem claro pra mim. As pessoas preferem pagar mais do que ter um produto que elas não sabem de onde veio, como foi produzido.
Silvia Feola, do site “Os Novos Bárbaros“, infohunter do site Lilian Pacce
