Afinal, quem é a vilã: a sacola de plástico ou de algodão?

01.09.2021

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E tudo começou com a I’m Not a Plastic Bag da designer Anya Hindmarch

Que a sacola plástica descartável é prejudicial ao meio ambiente todo mundo já sabe – eu mesma abracei essa causa como curadora da exposição “Eu Não Sou de Plástico” em 2007! Mas você já parou pra contar quantas ecobags está acumulando em casa? Por conta de sua popularidade e na tentativa de parecerem mais sustentáveis, muitas marcas e empresas começaram a produzir sacolas de algodão em grande escala. Conclusão: o que era solução está se tornando um problemão. Por quê?

Segundo o Ministério do Meio Ambiente e Alimentação da Dinamarca, uma única sacola de algodão orgânico precisa ser usada 20 mil vezes pra neutralizar seu impacto ambiental, ou seja, demoraria cerca de 54 anos pra compensar seu uso! O problema do algodão é que ele demanda um enorme consumo de água para ser produzido e seu descarte não é tão simples assim. Qualquer logotipo ou estampa feitos com corantes à base de PVC impedem sua reciclagem. A questão foi levantada pelo “The New York Times” e os dados são no mínimo desanimadores! Segundo a reportagem, apenas 15% dos 30 milhões de toneladas de algodão produzidas ao ano chegam ao destino de reciclagem.

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A ecobag da Ikea virou febre entre os fashionistas

O movimento das ecobags começou com a britânica Anya Hindmarch em 2007. A estilista fez uma parceria com a agência ambiental Swift criando a famosa I’m Not a Plastic Bag, um modelo vendido a £ 5 (R$ 40) – e virou item-desejo. Logo no primeiro dia de vendas no Reino Unido, cerca de 80 mil pessoas formaram filas pra adquirir o acessório.

indústria têxtil têm se esforçado pra criar produtos inovadores que gerem menos impacto ao meio ambiente. É o caso do couro de cogumelo criado pela MycoWorks, uma startup com sede na Califórnia, que acabou conquistando a Hermès (leia mais aqui). No Brasil, a Nova Kaeru desenvolveu o BeLeaf, um material feito das plantas Colocasias e que se parece muito com o couro tradicional – Pedro Lourenço e a francesa Amélie Pichard já aderiram à novidade. Apesar dos bons avanços, a solução continua sendo a mesma: produzir menos, reduzir as embalagens, comprar menos e com mais consciência!

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