Backstage da 2nd Floor, SPFW. Ali você via Adriana Bozon dando entrevistas, a stylist Letícia Toniazzo arrumando os últimos detalhes… e uma moça de cílios postiços gigantes. Helen Rödel (se fala “redéu”) é a responsável pelas máscaras de morcego, coruja e raposa, todas confeccionadas em crochê, que apareceram na passarela. Ela nunca tinha trabalhado com uma grande marca antes, mas já tem sua marca própria com o marido desde 2007, a Rödel Latin America, que é especializada em… crochê, claro! Mas não pense naquele bolerinho de crochê creme que sua avó faz – seja nas fotos criadas pela dupla pra mostrar seus produtos, seja no próprio design e cores das peças, algo diz que ele é diferente… Ele é moderno.
“Moderno ou não, o crochê é sempre artesanal. E esse é o ponto. É nisso que está o maior valor pra mim. Aquela coisa de cada peça ser única é a verdade no crochê. No meu trabalho, coloco minha visão e me dôo muito pra isso. Estudo, pesquiso, testo, porque as possibilidades da técnica são infinitas. Aprendi com o crochê de ontem mas faço o crochê do meu tempo, da minha vida”, Helen explica, dando um exemplo da sua visão otimista e romântica do trabalho que desenvolve.
A estilista aprendeu o básico do tricô e crochê com a mãe – elas criavam suéteres pra família. “Eu era especialmente feliz quando íamos ao armarinho comprar fios e aviamentos. Aquilo era como uma biblioteca secular, com estantes enormes que eu, pequena, via ainda maiores. Aquela imensidão de cores e texturas foi despertando em mim muitas vontades”, ela conta. Entre as referências de marcas e elementos que Helen gosta estão Sandra Backlund, Sid Bryan, Lucas Nascimento, Missoni, Sonia Rykiel, Louise Goldin, o tricô tradicional islandês e escandinavo no trabalho de cores e jacquards, os teares indígenas latino-americanos com sua explosão de cores e motivos geometrizados…
Quem gostou das peças da galeria pode comprar Rödel LA pela internet, na loja Folklore de Porto Alegre e, em breve, na Ellus and Guests do shopping Cidade Jardim, SP. O plano é expandir esses pontos de venda pra outras cidades brasileiras e fechar uma parceria pra vender na Europa, “onde o artesanal é rei”, segundo a própria Helen. Agulhas de ouro!
