O surrealismo de Paola Vilas

29.11.2015

Com 23 anos e formada em design, a carioca Paola Vilas chamou nossa atenção com o mix entre moda e arte em seu trabalho, inspirado em gente supercriativa como Iris Apfel e Salvador Dalí – o surrealismo, sutil ou bem aparecido, é a tônica. Atualmente Paola se divide entre ilustrações e produção de joias – dá pra ver esse seu universo rico no Instagram (@paolavilas). Confere a entrevista que a gente fez com ela pra conhecê-la ainda melhor:

Você sempre foi bastante ligada em colagens, desenhos em aquarela, estampas e toda essa parte criativa, né? Conta um pouco de como essa vontade de produzir começou e da sua relação com a moda.
Sempre tive uma necessidade de me expressar, e o desenho foi uma das formas que encontrei pra isso. Testei todo o tipo de técnica até que me encontrei na aquarela – culpa de um curso que fiz na Saint Martins de Londres, onde optei por desenhar uma coleção conceitual de roupas, e aquarela foi a minha escolha pra colocar as ideias no papel. Gosto da técnica principalmente pela liberdade que ela me proporciona. Posso levar o material pra qualquer lugar, é só ter um estojinho com as tintas, o papel e alguns pincéis. Paralelamente, fui desenvolvendo um trabalho de colagem, que traz um tom surrealista e deixa o campo totalmente livre pra criatividade falar! Hoje busco unir estas duas técnicas, o que deixa meu trabalho bem pessoal.

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Nos desenhos sempre estão presente insetos, animais e elementos da natureza no geral. Tem algum motivo específico pra escolha deles?
Reconheço e respeito a natureza como uma força maior. Acredito que estamos todos conectados. Adoro mostrar a beleza pras pessoas em uma natureza menos óbvia, como a dos insetos. Este é o belo que me prende, me inspira e me encanta.

E como funciona o seu processo criativo?
Meu processo nunca é linear, e geralmente demora. E é totalmente intuitivo.

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A inspiração vem de onde? Quem você admira?
Uma das coisas que amo em termos de imagem é ilustração botânica, principalmente as mais antigas. E admiro muito o trabalho da Björk, o estilo de Iris Apfel, as peças de roupa de Elsa Schiaparelli e os indiscutíveis que me dão pratos cheios de referencias: Dalí, Magritte, Picasso

E a decisão de começar a desenvolver joias, como foi?
Sempre fiz trabalhos manuais e me encontrei na ourivesaria, onde me via tendo a possibilidade de criar pequenas esculturas.

Você sentiu alguma dificuldade no mercado pelas peças serem mais conceituais?
Não tenho dificuldade porque não crio pensando em alguém que vai gostar e comprar. Minhas peças têm outro objetivo no mundo, são uma forma que encontro pra me expressar e sair por aí com minhas opiniões visuais… Os outros gostarem é uma – boa – conseqüência!

Recentemente vimos que rolou uma parceria sua com a Schultz. Foi sua 1ª parceria?
Não foi minha 1ª parceria, teve também com a Amsterdam Sauer e o que eu já vinha desenvolvendo pra joalheria Julia Monteiro de Carvalho, mas com a Schultz foi com certeza uma das mais divertidas!

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Você acha que as redes sociais, principalmente o Instagram, ajudam na hora de ganhar mais visibilidade na área da moda?
Com certeza. É muito interessante sentir o alcance e as oportunidades que surgem a partir da mídias sociais. É quase como um portfólio vivo pra quem sabe usar direito.

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