Hoje, 22/04, é Dia da Terra. E você sabia que as indústrias da moda e sapato juntas são responsáveis por 8% do impacto no aquecimento global? Falando assim até parece pouco, mas isso é mais do que, por exemplo, todos os vôos internacionais e viagens marítimas do mundo – combinadas. E como reduzir as emissões de carbono e continuar existindo enquanto indústria?
O impacto de plataformas como Enjoei e Mercado Livre, que estimulam a revenda, deve aumentar ainda mais. Só que agora a prática chega em peixes grandes, mudando todo o modus operandi de “produzir pra vender”: recentemente o grupo H&M anunciou que vai entrar no mercado de revenda via sua loja mais hipster, a & Other Stories (saiba mais aqui); e já fizemos um vídeo sobre o assunto (clique aqui pra assistir). O formato da & Other Stories, que ainda vai ser um piloto e só na Suécia, deve trabalhar com uma mistura entre revenda e peças novas. Mas de acordo com o relatório de 2019 do “Business of Fashion”, o mercado de revenda pode superar o fast-fashion daqui 10 anos! Outras marcas, como a Patagonia e a Theory, aceitam roupas usadas compradas nelas em troca de desconto.
Ao mesmo tempo, Marie Kondo, quem diria, impulsionou uma onda de desapego maior do que se esperava e transformou a revenda em algo pop. Surpresa: o velho e bom brechó de bairro reaqueceu! Tem também as feiras de troca – e existe um aplicativo, o Roupa Livre, que permite que você troque roupas com desconhecidos!
Claro, não é só isso: materiais alternativos e sustentáveis ganham cada vez mais força, puxados pela estilista Stella McCartney, pioneira nesse setor, que inclusive também é vegana. Isso é tecnologia aplicada – materiais renováveis como frutas, por exemplo, viram matéria-prima pra roupa e acessórios (veja mais aqui). E o The RealReal, um site que funciona mais ou menos como o Enjoei mas foca em grifes de luxo, fez uma parceria com Stella – quem revende lá ganha US$ 100 de crédito na loja dela.
Outra alternativa são os guarda-roupas compartilhados. A gente já tinha feito um post sobre os de SP em 2016 – de lá pra cá a oferta aumentou. Geralmente funciona com assinatura: você paga um plano específico e ele te dá direito a acessar esse acervo; quanto mais você paga, maior a quantidade que você pode retirar de uma vez e maior o tempo em que você pode passar com as peças. A economia compartilhada e de assinatura é uma realidade em vários outros setores, do Uber à Netflix. Por que não seria um dos futuros possíveis da moda?
Então anota aí: comprar o usado ou do estoque de coleções passadas, matéria sustentável (e principalmente processos mais sustentáveis que poluam menos a água e o ar), compartilhamento. A Terra agradece!