Ana De La Cueva não se define como uma escultora, fotógrafa ou ilustradora. “Sou uma produtora de problemas ou uma produtora de objetos que se tornam problemas sensoriais pra provocar o observador”, responde ela em entrevista ao Blog LP. A mexicana, que atualmente reside no Brasil, já morou nos EUA e na Europa – e é exatamente sobre territorialidade e fronteiras que fala o seu trabalho.
“Mexicanos e latino-americanos pegam trens, andam, nadam ou fazem malabarismos com suas vidas pra conseguir o sonho americano. Também tem a ver com tráfico de drogas“, continua Ana, descrevendo suas obras. A artista trabalha muito com linha, porque ela “se relaciona com as milhares de mexicanas que trabalham de dia nos EUA na frente das máquinas de costura e retornam ao México pra dormir”, explica, contando que recentemente um colecionador se mostrou decepcionado ao descobrir que os bordados em suas obras não eram feitos manualmente. “Fiquei curiosa e comecei a pensar sobre isso… A máquina é uma invenção humana pra poupar tempo, mas no fim, serve apenas pra tornar o trabalho mais e mais barato. Ao invés de liberá-los, a máquina os tornou escravos“.
A linha se tornou, assim, uma metáfora de seu trabalho. Nas palavras dela: “É uma permanente como uma rota, o tempo. Mas também é a flexível, a capaz de se adaptar. Não uso pra significar alguma coisa, utilizo como o próprio significado”. Quer saber mais? Clique na foto!