O fio da meada de Ana de la Cueva

24.08.2013

Ana De La Cueva não se define como uma escultora, fotógrafa ou ilustradora. “Sou uma produtora de problemas ou uma produtora de objetos que se tornam problemas sensoriais pra provocar o observador”, responde ela em entrevista ao Blog LP. A mexicana, que atualmente reside no Brasil, já morou nos EUA e na Europa – e é exatamente sobre territorialidade e fronteiras que fala o seu trabalho.

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Mexicanos e latino-americanos pegam trens, andam, nadam ou fazem malabarismos com suas vidas pra conseguir o sonho americano. Também tem a ver com tráfico de drogas“, continua Ana, descrevendo suas obras. A artista trabalha muito com linha, porque ela “se relaciona com as milhares de mexicanas que trabalham de dia nos EUA na frente das máquinas de costura e retornam ao México pra dormir”, explica, contando que recentemente um colecionador se mostrou decepcionado ao descobrir que os bordados em suas obras não eram feitos manualmente. “Fiquei curiosa e comecei a pensar sobre isso… A máquina é uma invenção humana pra poupar tempo, mas no fim, serve apenas pra tornar o trabalho mais e mais barato. Ao invés de liberá-los, a máquina os tornou escravos“.

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A linha se tornou, assim, uma metáfora de seu trabalho. Nas palavras dela: “É uma permanente como uma rota, o tempo. Mas também é a flexível, a capaz de se adaptar. Não uso pra significar alguma coisa, utilizo como o próprio significado”. Quer saber mais? Clique na foto!

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