Vestidos de noiva e sadismo combinam tanto quanto Bach e Lady Gaga. Mas como Samuel Cirnansck é do tipo de estilista que já incorporou às suas coleções misturas de estilo tal como a do barroco com o pop, poderia ter feito a primavera-verão 2011/12 do jeito que fez. E foi assim: com modelos caminhando dentro de vestidos longos, elaborados com rendas delicadas e tules finos, amordaçadas, com as mãos amarradas para trás (e, para seu conhecimento, a primeira com o próprio estilista assinando o styling, junto de sua equipe). Os looks eram feitos desses, mas também de materiais como cetim, organza, couro sintético e látex; com camadas de tecido, bordados, drapeados e outros frufrus; tudo numa cartela de cores que ia do preto e branco ao tons mais ácidos de amarelo, rosa e azul. Da expertise técnica que o estilista tem, saíram bons vestidos de festa, com decotes tomara-que-caia arredondados ou em formato de “V”, mais comprimentos longos, ou logo cima do joelho. Já os vestidos de noiva deixam a pergunta para a cliente, que pode aceitar ou não o jeito ousado do estilista ao dizer “sim” para a proposta fetichista que apareceu na passarela (e, no caso positivo, ajudaria não ter um buquê de flores na boca, como na caso de uma das modelos). (Antonia Petta)
