Skate or die! A Reserva arma seu halfpipe nos anos 70 e aposta que o próximo verão será de combinações “difícieis” de cores, calças boca-de-sino e até prints de leopardo em versão masculina. Inspirada na estética dos Z-Boys californianos, que causavam pelas ruas de San Francisco na era Boogie Nights, a moçada do Rio sacode a cabeleira – loira – ao som de rock retrô, enquanto experimenta shapes de digestão nem sempre suave. Vedetes da coleção, os tricôs roubam – de novo – a cena no desfile da grife. São radicais os coletes de cava giga e os pulovers que juntam lã e neoprene, material que vai virando hit da temporada. Boas ideias pintam também em detalhes como a amarração de bermuda surfista nas mangas da camisa e os ótimos tênis desenvolvidos em parceria com a Converse. E, quer saber? O cardigã com estampa de onça é dos mais simpáticos. Na família pintada, é a melhor peça. Shorts com laterais jogging e bermudas d´água com a cintura lá em cima, floridas como pede o clima, acentuam ainda mais a onda setentista. Agora,” iradas” mesmo são as calças de cós altíssimo e patte d´ef, um desafio para o mais fashionista dos homens. Sinal de alerta. Nesse estágio, atingimos o grau máximo de literalidade na leitura da referência, aposta ousada até demais para as ruas atuais. Outras piscadelas aos esportes aquáticos, como os short johns, foram adaptados para efeito de passarela mas, de novo, escorregam na literalidade. E na possibilidade. A moda masculina, é preciso lembrar sempre, precisa ser possivel para ser relevante. E, nesse caso, o fato da maior parte da coleção ter destino certo nas araras das lojas, é preocupante. Ao analisar o trabalho do trio de rapazes da Reserva, temos a impressão de um caminho inverso, o de retrocesso na maturidade da moda apresentada. O que é uma pena. Olho, meninos! (Sylvain Justum)
