Rodrigo Rosner é focado em uma moda festa com perfume bem romântico. Mas dessa vez ele flerta com um lado artsy (com a inspiração na arte cinética de Abraham Palatnik) e traz um toque surreal pra esse romance, que faz com que essa coleção de primavera-verão 2011/12 seja a melhor de sua carreira. As curvas nas películas brilhantes sobre algodão e nas peças minuciosamente bordadas (cada uma demora uma semana pra ficar pronta) remetem às corujas de acrílico da casa de seus pais (by Palatnik em si); os 28 tons de organza são misturados em camadas de babados e causam um estranhamento (mas um bom estranhamento, que fique claro). Esses elementos dão uma lufada de contemporaneidade, tiram as habituais imagens de moda da R. Rosner do onírico e as levam pra um mundo mais real, de mistérios e contradições. Ajuda, também, um casting com tops como Marcelia, Alicia Kuczman e Thana Kuhnen. Agora é torcer pra que o estilista continue se deparando com referências que o instiguem e façam com que ele forme uma identidade criativa cada vez mais própria. (Jorge Wakabara)
