De cara, o desfile de primavera-verão 2014 de Raf Simons apresentado na Semana de Moda Masculina de Paris provoca. Pólos e camisetas mais longas que, se usadas sem calça, viram vestidos; ou short com cavalo bem baixo e perna curta, que parece uma saia – será o velho “truque” de pesquisar o guarda-roupa feminino pra repensar o masculino? Um simples debate de gênero? Talvez seja mais: Raf, que no último desfile da Dior usou Andy Warhol como uma de suas referências, está refletindo sobre a sociedade do consumo, sobre a moda enquanto produto “promovido, adorado ou odiado – como um xampu”, segundo suas próprias palavras em entrevista pro “WWD”. Também é instigante o fato dessa apresentação acontecer na nova galeria Larry Gagosian, com móbiles de Alexander Calder logo ao lado. Quando se pergunta sobre modos de produção em grande volume mais reprodução mecânica, o discurso do estilista está mais próximo de indagações e processos artísticos do que da moda em si enquanto… reprodução mecânica e em grande volume! Entram nessa análise o fast-fashion, a moda como expressão individual e… será que tudo isso se reverte em consumo de uma peça Raf Simons em si? Veja mais na galeria!
