Punk glamouroso em Virgílio Couture

20.04.2018

Da última vez que desfilou, lá em 2013, pra cá, Virgílio Andrade e a sua Virgílio Couture passaram por muita coisa e amadureceram. A marca virou uma sociedade, depois a sociedade se desfez; Virgílio foi pro Ready to Go e experimentou o mercado de atacado; ele fez coleção da Vide Bula e participou do time de estilo da Victor Dzenk. Mas existe algo que segue: a sua moda festa continua cheia de personalidade. E ela se afasta cada vez mais do festão; é uma festa descontraída, casual mas nem por isso menos chic e cheia de informação. 

E as minimalistas que nos perdoem, mas o maximalismo é mara! Crashes de oncinha com xadrez explodem; bordados de onça em paetê cintilam; rosa, amarelo e laranja faíscam; plastificados com silk impermeabilizam e a galocha branca de açougueiro pisa forte pelo seu espaço no guarda-roupa da fashionista. Inspirado no punk mais pela via da atitude rebelde do que pelos seus códigos estéticos literais, Virgílio costura tudo isso de maneira atrevida, incluindo o capacete do trabalhador de chão de fábrica (e as luvas!) no look da madame. Tem elementos da coleção anterior aqui e ali (afinal, por que não? Ela não foi desfilada), resgates de modelagens e ideias reformuladas. Chic: reaproveitamento é tudo, melhor ainda quando feito de maneira criativa. Fez falta na passarela! Bem-vindo de novo! (Jorge Wakabara)

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