Moschino primavera-verão 2016

25.09.2015

Dos guardas de trânsito (marronzinho, ou amarelinho, ou como quiser) aos lava-rápidos, passando pelas Meninas Superpoderosas e pelos carros rabo de peixe (que já foram tema da Prada, lembra?). Jeremy Scott continua exercendo sua verve pop na Moschino com críticas (e inclusive acusações de uso indevido de trabalho alheio) mas também com muita ovação. Qual é o segredo? É que a sua passarela é um show, e parece que o povo está sentindo falta de um show mesmo – tem modelos caricatas, carudas e dramáticas como Anna Cleveland; looks absurdos que remetem à montação clubber cheios de penas, de volume, de cor; roupas-piadas (“Perigo: costura perigosa à frente” ou a placa de “Pare” mas com a palavra “Compre”); o próprio maquinário do lava-rápido no cenário funcionando à toda com direito a luzes de trânsito e bolhas de sabão… Circo? Isso porque você não viu o debrum com aquela tira branca e laranja tipo “proibido ultrapassar”, o look metalizado de mecânica com direito a bijoux-ferramentas penduradas na cintura, o limpa-vidros “Fresh Couture” carregado por Bella Hadid como se fosse uma clutch, a bolsa-cone, a bolsa-capacete… O estilista tenta fazer as pessoas rirem de si mesmas, e especialmente de suas roupas, desses códigos do vestuário. Seus desfiles têm propostas extremamente irônicas – no caso do fundador da casa Franco Moschino, a ironia era mais fina, mais autorreferente, mas são novos tempos, novos interesses. O que nos resta é sempre tentar imaginar: daqui, pra onde Scott vai, qual é a próxima excentricidade, o próximo tema perigosamente popular? Será que uma hora esgota, ou essa fórmula (sim, porque já atingiu um status de fórmula) é inesgotável? Também dá pra salientar que, fora um breve momento cartoon com Florzinha, Docinho e Lindinha, o universo de carros dessa primavera-verão 2016 deixou a referência um pouco mais adulta (só um pouco, né, porque dá pra brincar de carrinho…). Hot Wheels!

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