Qual é a graça do trabalho de Jeremy Scott? Talvez seja sua espetacularização – a gente sempre espera dar risada, ficar chocado, encontrar as referências pop mais obscuras ou inusitadas. Só que o feitiço pode voltar contra o feiticeiro: a expectativa fica cada vez maior e a realidade, sim, senhoras e senhores, ela tem limites. E fica na boca um gosto de mais do mesmo… A montação clubber dessa primavera-verão 2016 apresentada na Semana de Moda de NY, no discurso de Scott, vai pros anos 80 – ele cita de CBGB aos filmes mais antigos de John Waters. Mas a bizarrice da musa do cineasta Divine aqui vira algo muito menos ousado, muito mais plastificado, consumível, palatável. Ou seja: supercomercial, claro. E talvez isso tudo que falamos seja um discurso rabugento de especialistas em moda, voilá. Se vende, a voz do povo é a voz de Deus, certo?
As peças, que aos nossos olhos inclusive tem mais momentos de releitura dos anos 60, de Barbarella de Paco Rabanne à rockabilly, devem mesmo agradar ao seu público jovem e ávido por cor e roupa de balada! Poá, caricaturas, armas de brinquedo, metalizado (olha o cheiro forte de tendência!) – cabe tudo isso na estética loucurinha do estilista. E nos pés, tem parceria com a brasileira Melissa! Veja mais do desfile na galeria (é só clicar na foto) e das Melissas nesse link!
