O que faz uma marca ser mais relevante que outras? Será o dinheiro que ela rende, o tal do “engajamento” que apareceu junto com as redes sociais, a sua tradição e solidez, ou um equilíbrio disso tudo? A Gucci tenta se reinventar nesse outono-inverno 2015/16 apresentado na Semana de Moda Masculina de Milão e fez da sua criação uma Fórmula 1, uma vez que optou por desmembrar tudo o que Frida Giannini tinha preparado anteriormente depois que decidiu-se que ela sairia antes do previsto do cargo de diretora criativa. Ou seja: em questão de dias (literalmente!), a equipe liderada por Alessandro Michele, atualmente designer principal na categoria de acessórios, levantou um desfile completamente novo. E é isso mesmo: a clássica e segura moda masculina de Frida deu lugar a algo ousado – ponto pra Alessandro, que tem sido apontado como um dos candidatos à vaga de diretor e mostrou que tem estofo pra tanto. Ou pelo menos criou um burburinho grande.
Androginia (com direito a algumas mulheres usando roupas masculinas no meio do casting), romantismo, um tom retrô divertido. Blusa de seda e laçarotes no pescoço; casacos longos com linha levemente em A; calça ampla; padronagem à pijama… O militarismo chega aqui via casacão (abotoamento duplo no azul, a parka utilitária também azul; o verde militar do capote com capuz). Pra contrapor, suéteres de tricô justinhos que diminuem o tronco – é a nova silhueta que os desfiles milaneses propõem. Nos pés, uma sandália ou o clássico mocassim com o calcanhar peludinho. Em suma: essa Gucci está muito diferente! Agora resta saber qual será a resposta nas vendas.
