Givenchy primavera-verão 2018

01.10.2017

É a estreia de Clare Waight Keller na Givenchy e ela ocupa a vaga de Riccardo Tisci, que em 12 anos transformou a marca em uma das mais quentes da Semana de Moda de Paris. Eram vários os caminhos que ela poderia tomar nessa nova fase, e ela escolheu um que é natural pra maioria desse tipo de caso: mergulhou nos arquivos. E nem olhou pro que Tisci fez, nem McQueen, nem Galliano, nem MacDonald – sua preocupação era com monsieur Givenchy.

O resultado não tira o fôlego do fashionista mas combina com o que temos visto em algumas das marcas de luxo: uma preocupação maior na aproximação da roupa do cotidiano, em um guarda-roupa possível, mas sem perder de vista a técnica, a excelência do material e um ou outro charme. Aqui, por exemplo, uma minipochete (mais pra minicartucheira, inclusive) e botas (a de caubói, principalmente) fazem bonito no styling. O foco da atenção de Clare foi pro ombro, que ela reparou ser muito importante nas criações do fundador Hubert (e confirmou com ele mesmo no encontro que tiveram – hoje o estilista tem 90 anos). Ela marca a cintura, inclui duas estampas históricas (trevo de 1961 e animal print de 1981). A moda masculina vai do Kanye West de Tisci pro Harry Styles de Keller: skinny, boêmio, europeu. Bem Saint Laurent, aliás… 

Muita gente sentiu falta de uma energia mais pulsante, inclusive crítica especializada. Ah, o ritmo frenético da moda… A revolução não se completa em um dia. Nem em seis meses. A ver.

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