Giambattista Valli alta-costura outono-inverno 2014/15

08.07.2014

Com o mercado de alta-costura, dizem, novamente aquecido – os desfiles não são mais meras plataformas de marketing mas de fato servem pra vender as roupas – os estilistas se deparam com uma nova-velha realidade: a cliente. Se antes o evento era divulgação da grife pra, no fim, vender bolsa, sapato e perfume, hoje existe uma classe emergente megarrica e consumidora da alta moda, e o papel de quem cria não é só fazer a imagem fashion mais ousada e bela pra estampar as páginas dos jornais e dos sites, mas também conquistar essa mulher e fazê-la comprar aqui e não no ateliê ao lado.

Isso posto, cada vez mais e especialmente hoje a gente se surpreende com a volta de, por exemplo, tendências concretas pra passarela de alta-costura. Antes tudo estava muito nebuloso, cada criador ia pra um lado e, sem tanto compromisso com vendas dos looks em si, eles se encontravam soltos – convenhamos que, dizem, tem quem crie melhor com limitações e objetivos. Enfim: nessa temporada de outono-inverno 2014/15, se confirma, via Giambattista Valli, que o vestidão anos 50 está de volta. Acene pro New Look: cintura marcada, saia ampla. Pouco prático pra sentar ou entrar no carro, bem distante do tal normcore – mas quem disse que a cliente da alta-costura quer ser normal?

Em Valli, esse romantismo com direito a aplicação de flores, clima Liz Taylor em “Um Lugar ao Sol“, tem um contraponto de camisas finas e pijama chic, très Grace Kelly, inclusive très Edith Head, figurinista-referência da velha Hollywood. O momentâneo excêntrico do lenço na cabeça com óculos escuros não consegue anular o lado supercomercial do volumoso tule no fim – cara de “venderia que nem água se não fosse a exclusividade couture“. Ou vai, já que nesse movimento todo a alta-costura deve reocupar o seu lugar de lançadora de tendências de moda festa, há muito asseguradíssimo pelo tapete vermelho. A ver!

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