Dior alta-costura outono-inverno 2013/14

01.07.2013

O que você espera de um desfile de alta-costura? Melhor: o que você espera da alta-costura da Dior? As criações de Raf Simons na maison até agora deixaram o seu lado minimalista pra trás e valorizaram materiais e técnicas que renovam o vocabulário do couture. Ou seja, Raf não provoca simplesmente porque coloca um vestido longo de malha com relevo quadriculado completamente transparente – o fato de ser transparente chama a atenção na foto e só. O que importa é a técnica desse tricô trazida pro clássico ateliê, o material de que ele é feito. No look de Daiane Conterato, por exemplo, a renovação está nas cores e no shibori, uma técnica japonesa normalmente usada pra tingimento de tecido que faz um efeito tie-dye (aqui ela não foi “solta” pra dar o efeito, então o tecido ficou texturizado, cheio de “biquinhos”). O tailleur com quadriculado que lembra pied-de-coq ganha uma fenda entre os seios – dá pra pensar também na busca de uma roupa sensual fora do comum, fugindo do clichê fenda na saia + decote.

Nesse outono-inverno 2013/14, Simons quis incluir temas de outras culturas na superfrancesa Dior – já que, afinal, a marca é globalizada. Do toque japonês supracitado às listras da bandeira americana, ele também passa pelos Masai da África e mais. Apesar da justificativa ter a ver com agradar e conquistar clientes de outras culturas, parece que o que elas fornecessem em matéria de renovação é necessário também pra agradar as clientes parisienses. No telão, enquanto o desfile acontecia, cliques dos fotógrafos Willy Vanderperre, Terry Richardson, Patrick Demarchelier e Paolo Roversi projetados na parede mostravam suas interpretações dos looks. Obra aberta: agora é a vez de você fazer a sua.

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