Demna Gvasalia pensa no seu passado pra coleção da Vetements

02.07.2018

Quem diria: a moda de Demna Gvasalia na sua marca própria Vetements, considerada alienada, criticada por ser uma das mais-mais da turma do “outfit” (se você não sabe do que a gente está falando, dê uma busca por “Quanto custa seu outfit” no YouTube), fez um desfile de alta carga biográfica e… política. Depois de dois anos na terapia, o estilista se sentiu pronto pra olhar pra um dos pontos mais sensíveis da sua vida: a infância em meio à guerra civil na Geórgia dos anos 90. Trazendo tudo isso de maneira, segundo ele, quase documental, ele também radiografa uma das questões mais tensas do mundo globalizado hoje: a dos refugiados.

Na passarela, se misturam quebra-ventos com estampa de bandeira de países (Geórgia em si, Ucrânia, Turquia, EUA); segunda pele tatuada (tipo o que Margiela e Gaultier já fizeram, vide esse nosso episódio do Lilian Tattoo) só que com tatuagens da população carcerária do país; moletons com capuz que se fecha inteiro tampando o rosto; camuflado; coleiras de S&M; lenços florais com acabamento de franja russos; palavras em georgiano e russo estampadas (como “Chega”e palavrões); cruzes como referências à opressão religiosa. Claro que o retrô anos 80 e 90 também se inflitra em referências de sportswear, punk, maxiblazer e maxiombreira, vestidos superfranzidos, jeans solto. E pra continuar uma tradição: uma das peças mais controversas? O top com decote oval no peito. Será que pega? 

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