Balenciaga primavera-verão 2018

01.10.2017

O mundano, ordinário, o feio – isso já foi bastante discutido na passarela especialmente por Miuccia Prada, mas Demna Gvasalia tem elevado a questão pra um outro patamar na Balenciaga (e também na sua marca própria Vetements), como que querendo testar qual é o limite. Bem, ao que tudo indica o limite é bastante elástico, com direito a calças com modelagem à mom jeans (cargo? Sim, temos); estampa de jornal, dólares ou euros; pochete com monograma (agora o logo mudou e é em caixa alta, a exemplo de Dior e Calvin Klein); paisagens tipo quadro de sala de espera de médico; bolsa com “capinha” que lembra capa de botijão de gás; e sim, isso no pé da modelo é um par de crocs com plataforma tripla.

O preço de ir tão longe é a impressão de que Demna coloca isso no desfile mais pra impressionar e chocar do que pra realmente confundir-mudar nosso olhar a ponto de levarmos as certezas (ao menos as estéticas) pro campo das incertezas, pro campo da discussão e de uma possível mudança de opinião. Mas isso não importa – e sabe por quê? Porque na próxima temporada os fashionistas vão usar tudo. O cerne não está mais no debate estético e sim na imposição de uma contemporaneidade e uma hipsteria que não se questiona: se você adere, você é o máximo; se você não adere, você já era. Soa triste, mas soa extremamente de acordo com o hoje.

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