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Balenciaga primavera-verão 2013

27.09.2012

Você lembra quando se apaixonou por Balenciaga? E com isso estamos nos referindo à marca, e não ao estilista, claro. Cristóbal Balenciaga morreu um ano depois de Nicolas Ghesquière, atual estilista da grife, nascer (a saber, 1971 e 1972). E Cristóbal era espanhol, apesar da maison ter sido fundada em 1937 em Paris e muita gente pronuncia Balenciaga assim: Balenciagá, à francesa. E por que toda essa sessão “memórias”? Porque você se apaixonou por Balenciaga provavelmente com a coleção anos 60, outono-inverno 2006/07, ou com a superfuturista, primavera-verão 2008, ou com a streetwear-lenço-palestino, outono-inverno 2007/08, ou com a floral em ombros de jogador de futebol americano, primavera-verão 2008. A imagem, mesmo com elementos mais femininos, puxava pro lado andrógino, escondendo as formas da mulher, ou as artificializava.

Fotos do pré-verão 2013

E aí a gente chega a se surpreender com os babados assimétricos formando uma fenda, sendo que eles são superbascos – como uma referência às origens espanholas! Essa primavera-verão 2013 é provavelmente uma das coleções mais femininas e sensuais que Nicolas colocou pra desfilar ultimamente, ao lado do outono-inverno 2009/10. É significativo que o 1º look seja um bustiê meio esportivo com calça de cintura alta, sexy sem ser óbvio – e também é significativo que a musa da vez seja a americana Kristen Stewart, menina que cresceu sob os holofotes e teve que lidar com a ebulição de sua própria sexualidade ao trair o namorado-queridinho Robert Pattinson na mira dos paparazzi. Na fila A, Kristen, meio descabelada e usando uma jaqueta pela metade (só com um braço vestido), de regata e calça estampada, ultimamente tem parecido um novo arquétipo de sensualidade selvagem – antes como um bichinho acuado, mas hoje como uma jovem pantera arisca.

Confira imagens da coleção primavera-verão 2013 masculina da Balenciaga

Na passarela em si: barriga de fora com tops retangulares, saias com um bico na frente (a modelagem parece ser um quadrado com um buraco no meio) deixando as pernas bem de fora, tricozinho bem justo, detalhes que remetem a arame farpado, arabescos em preto unidos por linha tipo sutura (à Alexander Wang primavera-verão 2013). O sensual e o rígido-andrógino se debatem o tempo todo. E Nicolas, mesmo quando revisita algo, consegue fazer tão diferente que as referências ficam nubladas, com uma cara de absolutamente novas. Mais um dado: essa é uma temporada em que só se fala de Raf Simons e Hedi Slimane. Dizer que a nova expressão é “minimalismo sexy” seria precipitado?

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