As flores da Balmain tem espinhos, muitos espinhos

03.03.2019

Quando a gente achava que tínhamos superado a era das tachas que dominou os pés e acessórios via linha Rockstud da Valentino, eis que aparecem dois desfiles superinfluenciadores pra colocar um spike bem mais agressivo (pois pontudo) na roda: primeiro foi a Gucci em Milão e agora a Balmain de Olivier Rousteing na Semana de Moda de Paris. Por aqui vale o famoso “toda rosa tem espinhos“: o outono-inverno 2019/20 da marca pensa na dicotomia do delicado, macio e leve com o raivoso, punk e pesado. O próprio Olivier explicou essa mulher que ele imaginou pra “Vogue”: “Ela tem atitude; é uma encrenqueira e não liga. Intimidadora, mas é um paradoxo: ela pode ser doce e romântica também; pode ser um anjo… ou um demônio. Não dá pra categorizá-la.”

Então a primeira modelo já entra com um tailleur de tweed cheio de spike, transparência na blusa, meia preta e uma versão um pouco mais delicada de um coturno pontudo matelassado de saltinho prata. A história segue, tipo Nancy Vicious milionária: muito preto, mistura prata de rendas guipure, perfecto com minissaia, bolsinha-balde (mais spikes nela, e em outros modelos de sapato, e na roupa, e…). O clima fica mais ladylike com o pied-de-coq (megatendência, anota) e a transparência de poá, mas sai do salão e volta pras ruas no jeansdelavê, detonado, manchado, desfiado. Chegam cores – lilás e menta, principalmente – e flores feitas de tecido combinadas com PVC. A trilha vai de Eurythmics a Alphaville, “Forever Young”, “do you really want to live forever?”, a música pergunta. O equilíbrio pode ser um caminho – e aqui fica a contradição do equilíbrio do exagero, com looks que Kim Kardashian, por exemplo, vai adorar.

Tags:                                                

Compartilhar