Vitorino Campos faz de sua inspiração uma linguagem nesta primavera-verão 2015/16 da Animale. Ele pega o período do café society – termo usado nos anos 20 que hoje conhecemos como jet set – e a vida aristocrática pela costa francesa como ponto de partida. Dali vem os piqués das roupas de tênis, que na Animale são dublados com organza e depois recortados, formando desenhos vazados onde só aparece o tecido mais leve em contraste com o algodão esportivo. E ainda a malha de rayon com efeito de neoprene e as telas vazadas como as usadas nas camisas. “Elas lembram as redes e raquetes de tênis”, pontua Vitorino.
Mas esta aristocrata viaja – e da rotina esportiva na costa francesa vai ficando bem 70’s, com modelagens bem próximas do corpo cheias de fendas e recortes. Usa calça de cintura alta com camiseta totalmente transparente, mistura tricô com acessórios mais pesados, metalizados, pega a frente única com amarração e mistura com a calça listrada, a única estampa da coleção. As listras foram pintadas à mão em seda por um artista italiano e, depois de digitalizadas, aparecem em diversas escalas, da calça ao vestido. O floral não é estampado: é bordado em cima de uma lã virgem, de fundo amarelo ou vermelho, caso da ótima saia com fenda do look com camisa de tela preta. O esporte é bem sutil, a sensualidade bem forte, e este mix, junto da riqueza dos tecidos, torta tudo desejo. (Aurea Calcavecchia)
