Com 34 anos, Alex Kazuo já faz roupa faz um tempo mas só apareceu na passarela agora. A gente fica imaginando como seria ter visto o amadurecimento dele na passarela se ele tivesse estreado antes, mas ao mesmo tempo o impacto de sua moda já madura, muito bem feita e bem pensada, fica mais forte na passarela da Casa de Criadores, do tipo “onde é que ele estava que ainda não tínhamos visto nada dele?”
Na trilha, logo de cara, um instrumental japonês com sons da floresta acompanha as roupas todas pretas. “O Japão não é um tema e sim uma característica minha”, ele explica no backstage, antes do desfile começar. Então existem referências de quimono e dobradura e até um toque chinês na gola Mao. Em outros momentos mais conceituais, “cordas” feitas de tiras de tecido cortadas no viés e encapadas com linha de crochê viram fechos, cintos e alças delicados e chics; o bordado à sakura negra feito com fio de overloque na transparência enfeita e traz textura; lenços montados um a um pra fazer uma peça (o vestido leva mais de 250 pedaços!) enchem os olhos de quem gosta de um trabalho de ateliê caprichado e com personalidade. E surpresa: tudo isso ainda tem um fundo de sustentabilidade, com tecidos de descarte e reciclados Ecosimple. Alex é tão ligado na natureza que seu ateliê fica em Indaiatuba faz 3 anos – ele vai e volta de SP pra atender seus clientes, que por enquanto são amigos e amigos de amigos. Por enquanto… porque se depender desse desfile, essa cartela vai crescer! (Jorge Wakabara)
