O 1º dia da edição de outono-inverno 2015 da Casa de Criadores foi de dobradinha com Weider Silveiro – ele apresentou sua marca homônima e a 2/Dois, que agora não conta mais com Jadson Raniere como dupla (a saída foi amigável, segundo o próprio Weider). Mas então, qual é o papel da 2/Dois, já que Weider trabalhava com moda masculina na sua marca solo? “Nela era um complemento do feminino, secundário. E a 2/Dois é um lugar de experimentação, onde fico mais livre”, o estilista explica.
Então, vamos de experimentações: entre rendas guipure, assimetrias à Margiela e recortes de tecidos e texturas diferentes em uma mesma peça, a imagem de homem da 2/Dois é híbrida, estranha, até assustadora pra incautos conservadores. Modelos homens de cabelos longos (ou mulheres de cabelos presos) formam o casting. Os melhores momentos são os que concretizam um debate entre o grunge e o romântico (a jaqueta do 1º look, com renda e clima envelhecido; o 3º look, da blusa de guipure com bermudão; ou o da blusa com pespontos, um aceno à Prada, com bermuda de couro sintético vazado) – os dois lados saem ganhando, renovados e refrescantes. Um ponto bem positivo é que, ao contrário da impressão que desfiles superconceituais normalmente passam, aqui existe uma sensação de conforto na roupa. É gostoso ser moderno? (Jorge Wakabara)
