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Zevs, o criador

15.10.2010

Alexander Platz, centro de Berlim. Abril de 2002, 5h30 da manhã. Um homem escala a estrutura por trás de um outdoor de grande escala da Lavazza e começa a recortar a modelo da foto com um estilete, contornando o seu corpo. Dobra a imagem, guarda dentro da mochila e vai embora, deixando apenas o que havia em volta dela no anúncio. Depois, entra em contato com a empresa italiana e exige dinheiro em troca da devolução da imagem que fez de refém. A empresa não paga e ele envia um dedo da modelo da foto. A empresa continua não pagando e a imagem começa a circular por galerias de arte – você já ouviu falar nessa história, ela é parte da série “Visual Kidnapping” (ou, em português, um “sequestro visual”), do artista plástico Zevs.

Blog LP explica: Zevs (fala-se Zeus) é o homem que saía pelas ruas fazendo intervenções artísticas com o rosto coberto por uma meia-calça com estampa de bicho, chapéu preto e macacão amarelo (o mesmo usado pelos trabalhadores da linha de trem que vai faz o trajeto Paris-EuroDisney – e que, diga-se de passagem, se chama Zevs!). Hoje em dia, com 30 e poucos anos, o francês já anda por aí sem disfarce. É que mesmo sendo conhecido pelo mundo inteiro, ele não é reconhecido quando anda pelo mundo (meio que como Banksy, na Inglaterra).

Outras séries suas? “Electric Shadow“, que marca a sombra de objetos de grandes centros urbanos no pavimento e permite ao espectador redescobrí-los de um ângulo diferente; “Visual Attack“, um contra-ataque à propaganda que coloca marcas de tiros de revólver na cabeça de modelos em campanhas publicitárias; “Visual Violation“, que torna brancos os rostos de personalidades mundialmente famosas; “Liquidated Logo“, que faz escorrer os logos de marcas conhecidas na entrada de suas lojas (ou na das outras, vide o símbolo da Chanel que foi pintado na parede de uma butique da Giorgio Armani); “Proper Graffiti“, que usa um jato de água com alta pressão para desenhar em superfícies sujas, as “limpando”; “Invisible Grafitti“, que usa tintas especiais e faz com que o que foi grafitado seja invisível à luz do dia, e apareça somente sob luz negra; e “Graffiti Illumination“, que reproduz o efeito de raios luminosos.

Um desta mesma série foi apresentado por Zevs recentemente, em formato de instalação, na última Nuit Blanche (que tipo a Virada Cultural de Paris). O Château de Vincennes recebeu uma pintura especial, com uma tinta incolor de base fluorescente, que aparecia à noite sob uma iluminação específica. Em algumas salas do castelo, também foi espalhado um que ficava aparente somente quando estava sob raios UV. Bom, não? Para ver algumas imagens de obras de Zevs, vá pra galeria! E aguarde: ele vem pro ciclo de debates Pense Moda, que acontece entre 23 e 23/11!

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