Mariana Martins é uma artista plástica e tem muitos diplomas pra comprovar isso – alguns deles estão reunidos na exposição “Manuscript Replica“. Na verdade, eles fazem parte da própria produção artística dela, que tem sido feita quase que inteira deles desde 1975!
Ela explicou pro Blog LP: seu pai chegou em casa um dia, depois de visitar o amigo e lobista Saíde Farah, e contou que o escritório dele tinha as paredes inteiras cobertas por diplomas, e que ele mesmo não tinha nenhum. Então, com seus 16 anos, ela confeccionou o seu 1º diploma e deu de presente pro pai – Aldemir Martins, um dos grandes da arte moderna brasileira. O diploma era feito de carimbos, selos, “umas figurinhas de artistas italianos” mais um monte de coisa (as técnicas mistas são sua preferência já faz algum tempo).
Entre os materiais com os quais está gostando mais de trabalhar agora está a tinta guache, que usa pra fazer a caligrafia nas obras; influenciada pelo seu amor por tipografia e por iluminuras de monges anônimos. Elas são criadas pela própria artista e não querem dizer nada. Segundo ela, “é muito importante que ‘não tenha nada escrito'”. As colagens do artista plástico italiano Mimmo Rotella são uma boa influência em sua produção atual – faz com que amigos guardem rótulos e tudo quanto é tipo de papel pra dar pra ela.
E são muitos diplomas! Ela nem sabe quantos fez ao todo. Uma seleção deles foi exposta pela 1ª vez em 1981, na galeria Augusto Augusta; mas ela diz que já distribuiu centenas deles, em performances nos tempos em que fazia Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, em SP. O que autentica os seus diplomas artísticos é justamente a reflexão que eles despertam de que, pra dar autenticidade a algo, não é necessário um diploma.
E tem alguma outra coisa que não seja diploma que Mariana Martins faz? “Tem. Gosto de pintar. Tenho essa necessidade de usar a tinta de vez em quando. Geralmente, acontece depois de ver um livro do Matisse. Mas essas pinturas eu prefiro não expôr”. Na galeria você encontra um pouco do que está na exposição. Vai lá!
