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Léa Peckre, a estilista que conquistou Hyères

04.05.2011

Léa Peckre é um nome pra se observar entre os estilistas que se destacaram no Festival de Hyères 2011. Não só porque esta francesa de 26 anos acaba de levar pra casa 15 mil euros oferecidos pelo 1º lugar no grande prêmio do júri – a quantia serve como um capital inicial pros jovens talentos começarem suas marcas -, mas também porque ela traz consigo uma bagagem de peso, que certamente serviu pra amadurecer sua criatividade e sua capacidade técnica.

Formada em design em cerâmica pelo Liceu de Sévres, ela logo foi atraída pela moda e em 2002 começou uma maratona de 8 anos de estudo, incluindo um mestrado em estilismo na respeitada La Cambre, na Bélgica. Durante esse percurso, Léa foi juntando em seu currículo passagens por marcas como Anne-Valérie Hash, a Rochas de Olivier Theyskens (2005), Maison Martin Margiela, Jean Paul Gaultier, Chloé e Givenchy – esta última proporcionou seu último emprego como assistente de estilo, antes de se dedicar inteiramente à coleção que a levou ao topo no concurso de talentos francês.

Cemitérios são campos floridos” é o trabalho de formatura da estilista na La Cambre, e causa impacto pelo nome e pela sobriedade de seus looks. Ela avisa em seu texto de apresentação que seu “foco não é religioso ou macabro, e sim atraído pelas belezas absurdas do fim da vida e pelos cenários confusos que deram uma atmosfera de força e mistério“. As sepulturas e a vegetação que as cerca, incluindo as coroas de flores depositadas em nome dos mortos, foram os pontos de partida de Léa – ela transformou as referências em recortes, texturas e na própria estrutura de suas roupas.

Essa capacidade de usar tecidos que se contrapõem, como as lãs pesadas e veludos junto com musselines e paetês, simboliza beleza dentro de um universo mórbido – levando também a comparações com o trabalho de Riccardo Tisci na Givenchy – e chamou a atenção de seus professores da escola belga e dos jurados, que incluíam Raf Simons, Cathy Horyn, Christopher Kane, Tim Blanks, Lazaro Hernandez e Jack McCollough, da Proenza Schouler, e Carla Sozzani, da Corso Como.

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