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As inusitadas engenhocas de Guto Lacaz

05.02.2009

Artista multimídia, desenhista, ilustrador, designer, cenógrafo e editor de arte de revistas… Nascido em SP, em 1948, Guto Lacaz é hoje um dos nomes mais importantes das artes plásticas brasileira. Formado em arquitetura e eletrônica industrial pela USP, costuma cruzar os terrenos da ciência e da tecnologia, sobretudo quando constrói as suas máquinas e aparelhos paradoxais ou absurdos. “Carlos Augusto Martins Lacaz, o Guto, um sujeito tímido a ponto de gaguejar quando topa com desconhecidos, pode inventar qualquer coisa. Ele copia a moça da lata do leite condensado Nestlé e, numa tela, assina e põe à venda. Enfileira oito rádios de pilha sobre um balcão, estica suas antenas, amarra em cada uma delas uma linha, batiza tudo com o nome singelo de Rádios Pescando e parte para outra”, conta Ruy Castro numa matéria da revista “Veja” de 1988. Uma pessoa brilhante? Bom, não era o que pensavam seus professores. Na biografia dele, consta que levou bomba no primário, no ginásio e no colegial.

Foi só mesmo em 1978, já formado na faculdade, que revelou seu verdadeiro talento: participou da Primeira Mostra do Móvel e do Objeto inusitado, no Paço das Artes, em SP. Ali, ganhou um prêmio com a obra Crushfixo, uma simples garrafa de refrigerante crush fixada num bloco de gesso. Pegou gosto pela arte. Fez capas de discos, de livros, revistas, logotipos para empresas, projetos gráficos, como o da revista AZ e criou muito e muitos objetos estranhos. Desmontou carrinhos, toca-discos, relógios e todo tipo de quinquilharia para depois recombinar as partes e produzir um algo cuja única função é divertir. Coisa de criança, né? Talvez. A única diferença é que ele não leva uma bronca dos pais por fazer isso… Ao contrário, os objetos inventados por ele vão para as galerias de arte e acabam lhe rendendo admiração do público, reconhecimento dos críticos e o dinheiro dos compradores.

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