Quer uma bota Prada da Vera Fischer?

11.12.2014

Vera Fischer vai lançar no ano que vem a peçaComo Ser Feliz Depois dos 60“, na qual faz o papel principal. A atriz também é quem assina o roteiro, sobre uma mulher que encontra o amor depois dos 60 anos. Antes disso, no entanto, ela está se dedicando a uma causa filantrópica. Blog LP explica: Vera resolveu se desapegar de uma grande quantidade de roupas e acessórios de seu acervo pessoal e vai vender tudo no Top Fashion Bazar, no Rio, revertendo a renda pro educandário Romão Duarte. Esta semana ela estava com algumas das peças em exposição, na mostra “O Closet de Vera“, no Festival Imersões do Salão Bossa Nova. Passamos por lá pra conversar com ela sobre sua relação com a moda e os projetos pessoais, confira:

De onde surgiu a ideia de fazer a exposição e a venda das suas roupas?
Tenho um closet, que antes era o quarto da Rafaela e depois foi reformado, que estava muito cheio: tinha milhões de roupas, sapatos, bijuterias, óculos… Aí fiz uma limpeza, tirei mais de 300 itens, e tive a ideia de reverter a renda dessas roupas pra crianças carentes. Escolhi o educandário Romão Duarte porque eles dão alimentação, escola, tratamento médico, odontológico, psiquiátrico… E além de receber as crianças, também fazem uma terapia com os pais que estão numa pior, drogados ou bêbados, pra que a família possa se unir novamente. Acho isso maravilhoso, é muito bom você poder tirar as roupas do armário e ter um sentido nisso. Fora que sou compradora compulsiva e agora dá pra comprar tudo de novo! (Risos)

O que você já tem na lista de compras?
Compro muito em NY e lá a 1ª coisa que faço é ir no Manolo Blahnik comprar sapatos. Tenho uns 10 pares. São caríssimos, mas são únicos e servem muito bem. Aqui no Brasil o problema é que a numeração é 38 ou 39 ou 40. Lá fora não, é 38,5 ou 39,5. Aqui não tem o número que fica mais confortável pra mim, que é o 38,5. 39 fica largo e 38 apertado!

Tem algum Manolo que você colocou no bazar?
Não, mas tem uma bota Prada que acabei de comprar, novíssima. Supercara, né? Mas não vou usar… É uma daquelas botas que tem espinhos prateados, punk.

Como você define o seu estilo?
As pessoas às vezes falam ‘Ai, Vera Fischer não tem estilo’, mas acho uma babaquice ter estilo, uma bobagem. Pra mim a gente nasce nu, então o engraçado é brincar com o fato de se vestir. Se é pra usar alguma coisa, que seja uma grande brincadeira. Brinco muito com cores: adoro rosa, azul, verde, lilás. Tenho um casaco chinês amarelo todo bordado, lindo. Quando fiz “Amazônia“, todas as roupas eram coloridas. Também gosto de roupa com flor, fui pro Taiti e comprei muitas coisas floridas.

Blog LP já falou com a Vera em 2010 – ela fez um top 5 lugares pra comprar moda étnica

Você também é fã de joias, né?
Amo coisas brilhantes. Olha, esse anel que estou usando copiei de um livro sobre as joias das artistas de Hollywood nos anos 40 e 50. Era da Marlene Dietrich. Copiei com ônix e ouro branco, não é bonito? Invento muita coisa, às vezes até eu mesma desenho, quase uma estilista. (Risos)

E nos seus figurinos, você dá pitaco?
Levo minhas próprias roupas pra gravar! [Luiz Fernando Coutinho, que também está envolvido no projeto e acompanhou a entrevista, acrescenta: “Quando Vera fez ‘Caminho das Índias‘ usava colares que ela mesma emprestou pro figurino e eles eram campeões de pedidos na central da ‘Globo‘, todo mundo queria saber de quem era.”] Quando fui pra Índia comprei saris e mais saris: rosa choque, azul turquesa, laranja com verde… Lá encontrei o tipo de mulher como eu. Elas usam pulseiras de madrepérola e prata que vão até o ombro, anéis, piercing, brincos, colares, maquiagem… Adorei aquilo, fui comprando as coisas e me vestindo como elas. As pessoas às vezes ficam meio assim [quando faço isso], mas gosto de étnico. Trouxe coisas da África incríveis também.

O que você não gosta de usar?
Tem uma coisa que, se tenho duas, é muito: calça jeans. Não combina comigo, não gosto. Acho que é um uniforme que as brasileiras adotaram: sai de manhã, à tarde, à noite, tudo de calça jeans. Não tem como, né? Você tem que estabelecer, se vai trabalhar de jeans, depois se veste pra festa. Hoje em dia fica difícil escolher uma roupa elegante, bonita, transada – porque não tem mais eventos pra ir. As pessoas olham pra você e te acham ‘over’. Quando cismo, visto [o que quero] e está tudo certo.

Tem algum estilista em especial com quem você se identifica?
O [Carlos] Tufvesson. Quando fiz 50 anos, pedi pra ele fazer duas roupas pra mim. Ele fez um vestido cinza plissado de organza que tinha um broche de strass enorme que usei na festa até meia noite. Aí troquei por um míni preto sem alça e todo bordado com um paetê quadrado. Era liiiindo! Depois disso as pessoas sempre me perguntam nas minhas festas: ‘Vai trocar de roupa?’. (Risos)

Blog LP também entrevistou uma outra diva brasileira: Sônia Braga! Relembre!

E no cabelo, o que você gosta de fazer?
O que uso quando o cabelo está mais curto é o bobe. Hoje em dia ninguém mais tem, mas os meus comprei há anos e mantenho. Uso pra ficar esse estilo meio anos 50 que adoro. Também uso apliques, rabo ou uma trança quando a roupa é mais étnica.

Você está com um projeto no teatro. Pode contar um pouco pra gente?
Hoje tive uma notícia muito boa de que tudo foi aprovado, a verba e etc. Porque não gosto de peça ‘pobre’, quando a peça é realista e o cenário é pobre. Se você faz uma peça do Tennessee Williams, por exemplo, é bacana reproduzir o cenário da época. Na peça que vou fazer, combinei com meu cenógrafo Hélio Eichbauer que não quero nada realista, vamos fazer uma invenção louca. E já botei no meu texto: quero trocar 5 vezes de roupa! (Risos)

O roteiro é seu, né?
Sim, é a 1ª vez que estou escrevendo. Na verdade escrevi essa peça pra Fernanda Montenegro. O título era “Como Ser Feliz Depois dos 80 Anos”, porque a Fernanda é uma mulher alta, elegante, ganhou prêmio… Mas ela não pode mais fugir da Globo, tem que fazer a novela do Gilberto Braga e tal. Aí o Tadeu Aguiar, um amigo meu que é diretor, disse: “Vera, muda e faz pra você! Bota ‘Como Ser Feliz Depois dos 60 Anos” já que você tem 63. Fiquei meio assim, pensando como dizer o meu próprio texto, mexendo nele, porque a história é sobre uma mulher diferente de mim. É uma mulher que cresceu com um pai opressivo, do tipo ‘não pode isso, não pode aquilo’, então ela é frustrada. O que quero mostrar é que depois dos 60, as pessoas ainda podem encontrar o amor e tudo pode ser resolvido. Quis fazer uma coisa bacana.

Na galeria você confere fotos de Vera e da exposição, clica pra ver! E pra comprar a tal bota da Prada… Olha aí embaixo onde encontrá-la!

O Closet da Vera no Top Fashion Bazar
De 15/12 a 21/12, das 16h às 22h
Top Fashion Bazar: av. das Américas, 900, Barra da Tijuca, Rio

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