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União homoafetiva: como se vestir? Quais são os novos códigos?

23.05.2011

Foi aprovada a lei da união homoafetiva! Com isso, surgem outras dúvidas. O que esse “novo” casal deve vestir quando for assinar o papel, e na festa pra celebrar a união? Será que já existem sinais de novos códigos? Pra investigar isso, o Blog LP fez perguntas pra stylist Lu Lima, pra jornalista Milly Lacombe, pro sr. “Mix Brasil” e “JuniorAndré Fischer e pro estilista da marca de moda praia Butch e blogueiro do “Made in BrazilJuliano Corbetta! Confira as respostas…

É um momento de criar novas simbologias como as que existem no casamento heterossexual? Ou isso é bobagem? Ou você acha que elas já existiam mesmo sem a lei?
Lu Lima: Acho isso bobagem, não acredito numa regra pra isso, cada um usa a simbologia que quiser. Acho legal esta liberdade.
Milly Lacombe: Acho que o momento é de criarmos nossos próprios rituais. Talvez resgatando o lado mais sensível da união, aquele de criar uma mesma identidade espiritual. Para gays, o casamento não se trata de um arranjo social. Acho que temos aí uma chance bacana de esquecermos a formalidade e reinventarmos tudo. Acho rituais muito importantes. Primeiro, porque são mitológicos e altamente simbólicos. Depois porque qualquer união baseada em amor deve ser, sempre, celebrada, coroada, reconhecida, festejada.
André Fischer: Já fui a vários casamentos gays e o interessante é que cada casal cria suas próprias simbologias, geralmente fugindo do tradicional.
Juliano Corbetta: Acho que elas já existiam mesmo sem a lei. Eu e meu namorado não somos casados, mas usamos alianças desde o ano passado. Não acho que necessariamente todo mundo precise usar aliança, mas para mim tem um significado especial. Vale cada um adotar o que faça mais sentido pro seu relacionamento.

Como se vestir no dia, existe alguma direção interessante que a gente pode sugerir?
Lu Lima: O princípio é se sentir bem com o que veste e com o que é. Na minha opinião não tem direção pra isso. Importante é considerar um dia especial que merece cuidados especiais sem ser estereotipado.
Milly Lacombe: Acho que a roupa deve se encaixar à personalidade dos “noivos”. Aqui, outra vez, a gente deveria fazer uso da “página em branco” que temos nas mãos: tudo vale, desde que seja de bom gosto.
André Fischer: Cerimônias de casamento, sejam gays ou hétero, são momentos de profundo romantismo e fantasia. Esse deve ser sempre o tom.
Juliano Corbetta: Depende do tipo de cerimônia. Acho que hoje em dia vale tudo desde que tenha a ver com o casal. Se alguém me convidar pra um casamento temático vou amar ir.

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Você acha que vai ter buquê? E quem leva, como decide? Ou os dois (ou as duas) levam?
Lu Lima: As duas levam e as duas jogam. Flores combinam com as mulheres.
Milly Lacombe: Podem ser dois buquês, nenhum buquê, duas noivas, dois vestidos de noiva, uma vestida de noiva a outra de terno e gravata, as duas de terno e gravata… O importante é ser fiel ao seu estilo, sua atitude. A sexualidade humana tem centenas de tons que estão finalmente sendo reconhecidos, e temos aí grande chance para mostrá-los de várias formas.
André Fischer: Buquê é da noiva, então só vale pra casais de lésbicas, que podem até optar por dois. E olha que buquês são poderosos. Peguei um em um casamento de um ex-namorado (que se casou com uma mulher) e casei logo depois.
Juliano Corbetta: Eu não carregaria um buquê e tenho certeza que meu namorado também não, mas acho válido pra quem gosta da ideia. Num casamento de duas mulheres, poderia ser legal ter dois buquês pra jogar no final! Certamente aumentariam as chances dos convidados saírem com um buquê nas mãos.

Tem algum tipo de superstição que já existe no casamento heterossexual que você acha interessante levar pra festa da união homoafetiva?
Lu Lima: Não acredito em superstições.
Milly Lacombe: Não sei dizer… Mas se eu fosse me unir a alguém em uma festa acho que ia querer fazer tudo diferente do que conheço. Até com relação à superstição.
André Fischer: Chuvas de arroz são sempre bem vindas. E não se deve dispensar nunca a festa de despedida de solteiro…
Juliano Corbetta: Pra mim casamento é casamento, seja ele gay ou heterossexual, então acho que depende da criação de cada um.

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